Medida tornaria padrões mais restritivos à quantidade de matéria orgânica dispensada no ribeirão
O ribeirão Ponte Alta, afluente do rio Itapetininga que recebe a água que sai da Estação de Tratamento de Esgoto da Sabesp, próxima ao distrito industrial, poderá ter sua classificação elevada de nível 4 para 2. Com isto, os padrões de controle da qualidade da água do ribeirão ficariam mais restritivos à quantidade de matéria orgânica despejada no curso d´água. A proposta deverá ser apresentada pela Cetesb – Companhia de Tecnologia em Saneamento Ambiental – na próxima reunião de prefeitos que integram o Comitê da Bacia do Alto Paranapanema.
Com a classificação atual, o ribeirão pode, segundo técnicos, receber uma grande quantidade de esgoto. “A classificação 4 diz que um rio ou ribeirão já está poluído”, informou Dirceu Micheli, gerente da agência local da Cetesb, acrescentando que, como o ribeirão deságua no rio Itapetininga, que possui um volume de água muito maior, a quantidade de matéria orgânica é diluída.
Comprometimento
Em relatório divulgado em maio, contudo, a Cetesb aponta que a qualidade dá água do ribeirão, após a ETE é, na média anual, ruim e em dezembro do ano passado, a qualidade da água estava péssima, segundo o relatório.
O documento revela que o Ponte Alta, após o deságüe da ETE da Sabesp, “apresenta claro impacto por esgotos domésticos e baixos valores de oxigênio dissolvido (média anual de 3,3 mg/litro) que atestam o recebimento de matéria orgânica acima da capacidade de autodepuração desse corpo hídrico, bem como o comprometimento da vida aquática”.
A reportagem apurou que a ETE retira 80% da matéria orgânica das águas do ribeirão que passam por ela, deixando 20%. “Se o volume do ribeirão estiver baixo, esses 20% podem significar um impacto grande de poluição”, disse um técnico da Sabesp.
Questionado se após passar pela estação de tratamento, a água do ribeirão não deveria apresentar condições de sustentar a vida aquática, o gerente da Cetesb, observou que não existe tratamento, atualmente, que retire 100% da matéria orgânica dos rios e ribeirões. “Se a vida está ameaçada? Sim e não, pois, embora o ribeirão receba o esgoto e tenha pouco nível de oxigênio, isto ocorre em um pequeno trecho e ele logo chega ao rio Itapetininga. Se fosse em outro ponto, por exemplo, mais perto da cidade, haveria um perigo maior”.
Problemas
A ETE já apresentou problemas no passado e a Sabesp foi autuada pela Cetesb por mau funcionamento da estação em junho do ano passado. Segundo a Sabesp, o problema teria sido causado pelo mau funcionamento dos aeradores da estação, que tiveram a fiação furtada.
Sabesp
Em nota encaminhada à redação, a Sabesp informou que a “Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) de Itapetininga está funcionando normalmente, sendo devidamente monitorada”.
Ainda segundo a companhia, a ETE foi projetada para um alcance “mínimo de 20 anos” e os investimentos chegam a R$ 9 milhões.
De acordo com a Sabesp, o lançamento de esgotos “devidamente monitorado, conforme o projeto, não traz prejuízo ao Ribeirão Ponte Alta (que também tem sua capacidade própria de depuração).
Com relação à foto matéria publicada na edição 116 do Correio, a companhia informou que “além dos três aeradores que funcionam visivelmente na primeira Lagoa de Tratamento de Esgotos , existe ainda uma segunda Lagoa de Tratamento, onde outros doze aeradores funcionam através da captação e injeção do ar dentro da Lagoa, não produzindo turbilhonamento na superfície e evitando aerosóis. É importante explicar também que nem sempre todos os aeradores precisam estar funcionando simultaneamente, uma vez que estes equipamentos são acionados de acordo com as necessidades do tratamento”.
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