-O jornalismo da Rede Globo conseguiu documentar fatos e diálogos envolvendo a corrupção que frequentava algumas licitações promovidas por hospital público carioca.
A matéria revigorou a importância do jornalismo investigativo, além de dar realce à figura do corruptor. A corrupção só é possível se houver um safado corrompendo e outro se deixando corromper.
Vez ou outra, ouvimos a ridícula alegação de que a iniciativa privada participa de malfeitos por sobrevivência, eis operar em país onde a atuação oficial não prima pela retidão e probidade. Tais vozes tentam transmitir a imagem de que a corrupção é o passaporte ao relacionamento comercial com os governos.
Muitos brasileiros entendem a corrupção como ação exclusiva de políticos e funcionários públicos, além de encará-la como característica imutável e perpétua, respirando aliviados quando surge um gestor que “rouba mas faz”.
A maioria de nossos empresários não participa de licitações públicas, por não receber convites, por experiências de atrasos nos recebimentos, pela complexidade dos editais ou para evitar o confronto com esquemas corruptos já estabelecidos. A prática incentiva e torna cada vez mais desenvoltos os que malversam.
Os esquemas corruptos são conhecidos ou intuidos, pelos empresários que deles não participam. Os preços praticados e o enriquecimento meteórico de concorrentes, em ramos de lucros modestos, não passam despercebidos, no ambiente comercial.
A omissão dos empresários honestos alimenta a alta da carga tributária, para saciar o crescente apetite dos corruptos, e torna artificial e manipulada a concorrência. Empresários honestos são exímios farejadores de sobrepreços, e opinião confiável, nas pesquisas de níveis de corrupção.
Já é tempo das entidades representativas dos empresários resguardarem os interesses de seus filiados honestos, monitorando preços e condições das licitações públicas, dando-lhes visibilidade e consequência.
Está provado, mais uma vez, que a pouca transparência das ações e gastos oficiais é a mola propulsora da corrupção, já animada pela omissão coletiva e pouca punição. No Brasil, nenhum compartimento público deve permanecer pouco iluminado.
Em ano eleitoral, convém sondar se os candidatos à vereança estão dispostos a acompanhar licitações e até as pequenas compras e contratos da administração. Convém verificar se fiscalizarão até correligionários e amigos, doa a quem doer.
Convém notar, dentre os candidatos, aqueles que passarão o mandato entoando discursos, frequentando velórios e sorrindo sem motivo aparente, pouco lhes importando a ação dos ratos que roem nosso futuro.
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