Pedro Novaes – Diziam os antigos, e repetem os atuais, que as famílias cumprem ciclos, do tipo “pai rico, filho nobre e neto pobre”.
Também é cíclica a história dos povos. Após a crise americana, ainda não resolvida, a europa deixou de ser um paraíso estável, com invejáveis índices sociais.
Grécia, Portugal e Itália preparam planos de contenção de gastos, enquanto multidões ocupam praças, inconformadas com os acenos de desemprego, além de aposentadorias menores e mais tardias. Outras nações do bloco temem ser contaminadas pela crise, emergindo França e Alemanha como líderes das tentativas de soerguimento coletivo.
O Brasil, sem a ocupação de praças, já tratou do problema das aposentadorias do setor privado, podendo afirmar-se como mais previdente que os europeus. Não podemos, contudo, dar aulas de eficiência dos gastos públicos, e sequer de combate eficaz à corrupção.
Apesar de contar com o trunfo de produtor e exportador de minérios e comodities, o Brasil acabará, apesar do pouco acreditado otimismo oficial, atingido pela crise mundial. A crise importada diminuirá a poupança e recolhimentos privados, tornando limitados os pacotes de bondades destinados a estímular o consumo e manutenção dos empregos.
Estamos seguindo à risca as receitas americana e européia, cujo ingrediente maior à obtenção de crises é “dar o passo maior que a perna”. A economia brasileira não suportará o agigantamento, perdulariedade e ineficiência dos gastos públicos, em todas as esferas de poder.
Multiplicamos, dia-a-dia, o número de órgãos públicos e cargos comissionados, elevando as despesas com o custeio oficial, enquanto os órgãos de contrôle apontam, já rotineiramente, sobrepreços em obras e serviços contratados.
As bilionárias obras da Copa do Mundo, e a insistência em projetos temerários, como o trem-bala que uniria São Paulo ao Rio de Janeiro, mais parecem um escárnio, frente ao prenúncio da crise mundial que se avizinha.
A demarcação e desapropriação de terras outrora ocupadas por indígenas, desestruturando arraigadas e amadurecidas colônias agrícolas, mais agrada intelectuais que socorre descendentes já aculturados. Também o apoio indireto a acampamentos politizados de sem –terra corrói os cofres públicos.
As crises, atuais e futuras, não serão prevenidas com discursos e medidas paliativas. Parecemos mais preocupados com a organização da sala, quando o problema está na cozinha.
Políticos e gestores públicos devem gastar cada centavo como se tirado do próprio bolso. Ensina a história que as crises amadurecem os povos e seus sistemas.
Pensando bem, uma crisezinha até seria útil !
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