Felipe Branco Cruz /ZE – A descrição parece ser de um produto e vir em um anúncio de classificado de jornal: “Seminova, único dono e com baixa quilometragem.” É assim que a paulistana do bairro do Brás, Renata Rode, se define. Aos 32 anos, a jornalista, após passar por duas separações traumáticas, decidiu colocar tudo no papel e lançar um verdadeiro guia da pessoa recém divorciada.
Nas 160 páginas do livro “Separado e daí?” (Ed. Parêntese R$ 27), a autora conta, de forma bem humorada, como superou a separação e dá dicas para quem está passando pela mesma situação. “É importante dizer, no entanto, que não se trata de um trabalho autobiográfico”, diz. Para esta pesquisa, ela entrevistou, durante dois anos, mais de 100 casais e até dedica algumas páginas para falar da lei do divórcio.
A obra, ao contrário do que parece, é indicada tanto para homens quanto para mulheres. Logo no primeiro capítulo, a autora questiona o leitor: “Você é um pacote completo ou simples?” Ou seja, se tem filhos ou não. “Não ter filhos não quer dizer que a separação será mais fácil”, lembra.
Apesar de a autora Renata ter ficado casada por oito anos com seu primeiro marido e um ano e meio com o segundo, ela não teve filhos. E isso faz algumas diferenças: “Digo que sou meio-pacote, já que tenho uma cachorrinha”, brinca. Mas, mesmo sem filhos, há um capítulo no qual ela explica o que contar aos filhos no momento crucial da separação. “Nada de ‘o papai foi viajar’. Crianças entendem e compreendem muito mais rápido a situação”, diz no livro.
Outro momento delicado é aquele de ter de ficar explicando os motivos do fim do casamento para os amigos, os vizinhos e os parentes. “Quando contei para minha tia que eu tinha me separado, ela disse: ‘Mas vocês não brigavam, ele nem te batia, não bebia’. Será que eu não poderia estar infeliz?”, diz. Renata cita que, assim como existem festas de casamento, já há festas de divórcio em países como os Estados Unidos. “Isso com direito a arremesso de dardos em foto do ex”, conta.
Renata trata seu trabalho sem preconceitos e o classifica como um livro de ‘auto-ajuda com humor’. “Considero o domingo o pior dia para os separados. É quando vamos ao churrasco do tio dele ou quando ficamos em casa vendo um filminho.” Foram esses dias, portanto, que ela aproveitou para fazer sua ‘pesquisa de campo’. “Eu não queria ficar em casa. Ia para o bar com os amigos e ficávamos analisando o caso de cada um. Foi aí que surgiu a idéia de escrever o livro.”
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