-Orester Carossi Filho – Todos os dias, a comerciante Helena Maria de Jesus abre a porta de sua mercearia na Vila Mazzei, periferia de Itapetininga. Há três meses, Helena começou seu negócio com apenas R$ 1 mil. Sua empresa integra a lista das empresas que realizaram, no ano passado, em Itapetininga, 1.194 pedidos de abertura como Micro Empreendedor Individual (MEI). O número coloca a cidade em terceiro lugar no ranking regional em adesão ao sistema, perdendo apenas para Sorocaba, com 6.076 pedidos e praticamente empatado com Itu, com 1.196.
Helena, marido e filho dão duro no batente. Começam às 7h e encerram o expediente às 22h. No entanto, a comerciante não fica só atrás do balcão. Na noite de quarta-feira, dia 18, a comerciante subia as escadas para assistir uma oficina do Sebrae sobre planejamento. Ela buscava informações para manter sua empresa de forma próspera. Já teve uma experiência amarga no passado. Para evitar erros futuros, prefere planejar as comprar e não acumular dívidas.
Helena carrega algumas certezas. “Agora, eu compro à vista. Trabalho sem dívida nenhuma. Se não tenho dinheiro para comprar, deixo para outra semana”, explica comerciante. Ela conta que o sistema tributário, o MEI, tornou-se mais atraente. “É mais vantajoso. Pago apenas R$ 28 de previdência”, conta a comerciante.
O analista do Sebrae, Henrique Rafael da Silva Romão, explica para Helena e outras 25 pessoas as formas de planejar e gerir um negócio. A oficina gratuita do Sebrae colabora diretamente para a sobrevivência das pequenas empresas. Hoje, 73% mantêm as portas abertas ao completar um ano de idade. No passado, “a taxa de mortalidade das empresas” superava 50% no primeiro ano de atividade.
Cerca de 400 atividades estão relacionadas ao Empreendedor Individual. O limite de faturamento mensal subiu, em 2012, de R$ 3 mil para R$ 6 mil. Isso deve atrair mais interessados, avalia Romão, pouco antes de iniciar a oficina. “Os empreendedores de Itapetininga estão mais cautelosos.”
Por isso, buscam informações. Com o MEI, o empresário não paga na abertura da empresa, é dispensável o pagamento de uma contadora e as despesas tributárias, entre ISS, ICMS e Previdência, caíram de R$ 60 para R$ 32 por mês.
Romão compara que se uma empresa tiver um faturamento de R$ 5 mil no mês, no comércio, irá pagar R$ 200 de tributos, além do custo de contador que pode variar entre meio a um mínimo. Pelo sistema do Micro Empreendedor Individual (MEI), o custo se resume a R$ 32.
Romão ensina o empresário a identificar uma oportunidade de negócio, incentiva a levantar informações, motivação, conhecimento do ramo que busca atuar e expectativas de mercado. Geralmente as oficinas, trazem resultado. “Elas dão impacto. Ou os empresários se motivam ou entendem que não é tão simples. Não pode ser uma aventura, uma viagem de férias”, resume.
Valor Fixo
Com o MEI, os trabalhadores antes informais passam a recolher o valor fixo mensal de 5% do salário mínimo para a Previdência Social (R$ 27,25) mais R$ 1 de ICMS, se empresa for indústria ou comércio, ou R$ 5 de ISS, se empresa for do setor de serviços. Entre os benefícios adquiridos pelo EI estão o registro no CNPJ, a aposentadoria e o acesso a financiamento diferenciado.