-Benedito Madaleno Mendes – Sábado, dou de cara com a manchete do jornal O Estado de S.Paulo: “Mensalão está por trás da crise na justiça, dizem magistrados”! Pronto: já encontraram os malvados que estão querendo tacar fogo no galinheiro judiciário! Agora, o governo de Lula-lá é o grande responsável pela apocalíptica conspiração que faz virar geléia os alicerces da República! E não é prosa de boteco, não! É discurso de presidentes de tribunais, reunidos em Teresina. Era só o que faltava! O Lula que se cuide!
A primeira coisa que pensei ao ler o texto foi: estão querendo jogar a culpa da fuzarca na cacunda de alguém e pegaram os “mensaleiros” como “bodes expiatórios”! Isso tem nome, minha gente: esperneio! Mas “desembarga” espernear é feio pra caramba, não é mesmo? Então, pra ficar mais chique e ao gosto de qualquer causídico, melhor traduzir pro “juridiquês”, esse dialeto estapafúrdico só falado por quem habita o território judicial, ou seja: “jus esperneandi”! Que papelão!
Essa histeria de excelências lembra o perereco daquela fulana que faz pose de honesta, mas só engana todo mundo. Um dia, um vizinho vê a dita-cuja “pulando a cerca”, conta pro bairro inteiro e aí, babau: a cafifenta cai na boca desdentada do povão… Claro, como toda ré, ela nega tudo, jura de pé junto que é mulher prendada, boa esposa, mãe zelosa e, aos domingos, vai à missa tomar hóstia! Para reforçar sua posição de vítima, culpa alguém pela calúnia: “Juro por Deus, eu sou uma santa! Isso é coisa daquele linguarudo que um dia me cantou e levou tábua. O estropício está “mordido” enche a cara todo dia e só fala mal de mim…”!
Os meritíssimos reunidos, lá nas cafundas do Piauí, do alto de sua soberba, não aceitam que a Era Medieval já foi pro beleléu… O “Homo sapiens brasilis”, por algum motivo acordou do seu “berço esplêndido” e de repente não aceita mais andar de quatro e gritar gol. Quer botar a boca no trombone e ninguém está imune a puxão de orelha, pelado ou de toga! O chilique da “juizada” atingiu o apogeu! Precisam lavar as mãos, igual Pilatos, e crucificar alguém, custe o que custar! Pelo andar da carroça, daqui a pouco vão dizer que o grande culpado é o Pedro Bial, que deseja transformar o Judiciário num imenso “Big Brother”. Para dar um toque bíblico à situação, um magistrado, num surto de “juizite”, defenderá a tese de que o Conselho Nacional de Justiça é uma conspiração de ateus excomungados e a Eliana Calmon, encarnação do anticristo!
Argumentos não faltam… Por enquanto, estão fazendo o mesmo papel de mulher que “pula cerca”… Muito singelo! O ato jurídico de espernear também requer um mínimo de compostura… Nem parece que confrades judicantes são formados em “Direito”! Ô gente!
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