-Everton Dias – A cada dia aumenta o número de moradores de ruas nas praças de Itapetininga. Na Avenida Peixoto Gomide, até mesmo durante o dia, essa situação é motivo de muita reclamação por parte dos comerciantes.
O Guarda Municipal Marlon Lourenço explica que os moradores de rua ameaçam as pessoas que trabalham e passam pelo local. Mesmo com o policiamento na praça, os moradores de rua não se sentem ameaçados. Mas para quem trafega, o medo e a insegurança fazem parte do dia a dia.
Todos os moradores de rua possuem histórias de vida parecidas: problemas familiares, alcoolismo e drogas os levaram a morar na rua e encontrar abrigo na praça. Alguns destes moradores, para sustentar o vicio, tentam ganhar dinheiro como flanelinhas.
Os locais onde eles mais se concentram são na Avenida Peixoto Gomide, Praça da Matriz e nas ruas Cel Fernando Prestes e Cel. Afonso, principalmente em dia de feira-livre. De acordo com um comerciante, apesar do incomodo gerado, os moradores de rua deveriam ter mais uma chance na sociedade. “Eles incomodam bastante, mas o poder público fecha os olhos para estas pessoas”, afirma.
Falta de políticas públicas
Seres invisíveis. Esse é o tratamento recebido por muitos moradores de rua do país. A discriminação com estas pessoas ainda faz parte da sociedade brasileira. Mas os moradores de rua, com suas características próprias, também são cidadãos. São poucas as políticas públicas que realmente dão condições para que a população de rua saia da vulnerabilidade. “É um desafio tirar estas pessoas das ruas. Há uma certa resistência por parte dessas pessoas e também das famílias” afirma Fabiana Lang de Oliveira, coordenadora do Centro de Referência Especializada de Assistência Social de Itapetininga (Creas).
Em Itapetininga, desde maio de 2006, o Creas cadastrou mais de 200 moradores de ruas. Ela explica que, como qualquer outra pessoa, o morador de rua tem direito de ser atendido na rede de saúde, de educação, ter um emprego. “Os moradores de rua sofrem com a falta de atendimento em serviços públicos e com a violência entre eles mesmos e também vinda de outras pessoas. “O preconceito com eles ainda existem na sociedade”, afirma.