-Alberto Isaac – Falar das boas qualidades e excelsas virtudes da mulher torna-se até redundância. Ela significa tudo na vida do ser humano, tal seu trabalho que realiza em qualquer atividade, e, principalmente, na sagrada e abençoada maternidade.
Mas, onde a mulher tornou-se estigmatizada e, hoje plenamente vitoriosa, foi na arte de dirigir, ou melhor, como motorista. Ficou longe a época em que essas heroínas eram brindadas com o epíteto de “barbeiras” quando dirigiam seus veículos e atualmente transformou o carro num território também feminino.
Naquele tempo a mulher dirigindo causava estranheza e servia de inspiração do anedotário do homem. “Vá para outro lado ou para frente D. Maria”, “só podia ser mulher”, gracejavam os homens diante das motoristas que quase sempre com o carro emprestado do marido, circulavam pelas ruas, levando sempre o nome de “barbeiras”.
No entanto, de uns tempos para cá, a mulher “D. Maria” mudou completamente de perfil, sendo observada com outros olhos, mais compreensivos e acolhedor diante da rigidez com que eram tratadas. São dezenas e dezenas as mulheres que dirigem e elas passaram a ter poder de decisão sobre a compra de veículos. A mudança foi tanta que, segundo dados de agências concessionárias, quase 50% dos carros novos vendidos são comprados por mulheres e que também exercem influência decisiva nos maridos para a escolha da marca.
Muito mais do que garantir o velho direito de ir e vir, o carro é o instrumento que faz da mulher um ser multifuncional e lhe garante autonomia para ampliar os limites do seu mundo. Ele “funciona como uma extensão da casa e ainda dá uma polida na auto-estima feminina”. “Em geral, as mulheres que não trabalham fora se sentem inferiorizadas, mas esse sentimento se dissipa quando ela assume o volante do próprio carro – no trânsito, ela se considera em igualdade com relação às profissionais bem sucedidas”, segundo a agência de publicidade – Almap/BBDO, através da analista Mariane Maciel.
Uma conclusão extraída de uma pesquisa revela que o carro é um pequeno pedaço do lar: vasculhando os objetos que elas normalmente mantêm em seu interior encontram-se mudas de roupas, guloseimas, compras, objetos para consertos, brinquedos, livros, revistas e muitos enfeites. “É um lugar privado, íntimo e pessoal, tanto que acaba ficando com o jeito da mulher – têm as coisas do seu dia-a-dia, o seu cheiro a sua personalidade”, interpreta a analista Mariane.
Surpreendente, revela a pesquisa, é que o estigma de D. Maria permanece vivo entre as próprias mulheres – muitas têm preconceito contra seus pares e consideram que, de modo geral, os homens dirigem melhor. No Brasil, dos 18 aos 30 anos, o homem comete de cinco a seis vezes mais infrações ao volante do que a mulher da mesma faixa etária. Além disso, 95% dos condutores envolvidos em acidentes com vítimas eram homens.
São centenas de mulheres que dirigem veículos dos mais diversos tipos em Itapetininga. Conduzem carros de passeio, trabalham como motoristas de táxis, dirigem peruas escolares e peruas de excursões, caminhões e até tratores, enfrentando, enfim, qualquer desafio não só no trânsito da cidade como em perigosas rodovias de todo Brasil.
Nesta cidade, uma das primeiras a dirigir carros foi Zelinda Galvão da Costa, esposa do saudoso Jairo Galvão da Costa, então concessionária da linha Chevrolet no município. Também transitando pelas ruas locais com seus veículos eram notadas Judith Galvão da Costa, como lembra Nery Arantes professora aposentada. Uma das mais antigas motoristas é a filha do ex-prefeito Paulo Soares Hungria, a professora Cecília Hungria, além de D. Zola, do extinto Hotel Central, Maria Nazaré Rezende, esposa do diretor escolar Belizandro Barbosa, Lourdes Zaidan, Veja Ozi, Cecília Martins de Melo, Carmen Fogaça, mulheres consideradas pioneiras na área e quebrando o preconceito existente que “mulher deveria unicamente se dedicar ao lar e a criação de filhos”. E por último e como homenagem às mulheres, não se deve esquecer “a grande dirigente que conduz o fabuloso carro chamado Brasil – a extraordinária mulher, presidente Dilma Roussef”.
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