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A inserção da mulher no mercado de trabalho se deu, primeiramente pós Segunda Guerra Mundial pois foi necessária a busca fora de casa para o sustento dentro do lar, mas principalmente durante a terceira fase da revolução industrial em meados do séc XX onde o sistema capitalista se consolidou abrindo espaço, mesmo que em condições insalubres, jornada de trabalho extenuante e salários desiguais quando comparada a homens, para mulher trabalhar. Foi nesse período também que ela pôde buscar estudo e cursos profissionalizantes para ingressar capacitada no âmbito do trabalho.
Desde então, gradativamente e sob constante discriminação e desvalorização da sociedade, a figura feminina foi vista em trabalhos como escritórios, hospitais, escolas… Sabemos que cada dia mais a mulher ocupa espaços antes destinados apenas a homens mas isso se aplica quando se trata da construção civil?
No campo da engenharia, por se tratar de uma profissão ainda muito relacionada somente a construção de coisas, que remete ao trabalho braçal e consequentemente, masculino, o preconceito enraizado em nossa sociedade dificulta a credibilidade na capacidade da mulher em exercer tarefas que independem do gênero e estão ligadas somente a sua formação técnica, as aptidões da carreira, ao desenvolvimento de soluções práticas a serem aplicadas, ou seja, dizem respeito apenas à formação profissional. Uma prova disso é Enedina Alves Marques, primeira mulher negra a se formar em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) em 1945, um exemplo de muitos sacrifícios e superações ao longo de sua vida, realizou importantes obras dentre elas a construção da Usina Capivari-Cachoeira (maior hidrelétrica subterrânea do sul do país).
A partir de 2007, segundo dados do Censo da Educação Superior, o número de mulheres matriculadas em faculdade de engenharia civil vem crescendo todos os anos e em 2018 Alaize Elizabeth Reis fundou o Instituto Feminino de Engenharia (IFE), entidade formada apenas por mulheres engenheiras com o intuito de encorajar, amparar e impulsionar todas as profissionais da engenharia nas mais diversificadas áreas de atuação.
De acordo com Painel da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho, o público feminino aumentou 5,5% no ramo da construção civil em 2020, passando de 205.033 para 216.330 o número de carteiras assinadas por mulheres.
Diante do exposto, é notável o avanço constante da profissionalização do público feminino na nossa sociedade, com certeza estamos longe do ideal esperado mas podemos afirmar que houve um progresso gigante neste aspecto. Trazendo a reflexão para minha realidade, mulher e recém formada em Engenharia Civil, até o presente momento não me deparei com atitudes ou falas escrachadas de machismo relacionadas a minha profissão, talvez pelo fato de eu trabalhar com meu pai (também engenheiro) ou talvez porquê tive sorte de trabalhar com pessoas coerentes e sensatas pois o mesmo não aconteceu com uma amiga próxima de faculdade que infelizmente vivenciou um ambiente de trabalho extremamente sexista e misógino.
Por outro lado, hoje trabalho apenas com mulheres no escritório, fora meu pai, sendo uma secretaria, uma RH e 4 engenheiras contando comigo. Fico feliz em contribuir positivamente com essa luta e sei que nem sempre será fácil mas não podemos desistir, desacreditar de nós mesmas e de nosso potencial e muito menos nos rebaixar e nos calar diante de injurias pois dessa forma, dia pós dia, vamos construindo uma sociedade melhor e igualitária para todos!
Escrita por: Eng. Civil Alice Pellegrini Galvão
CREA/SP 5070001860
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