Orestes Carossi Filho – A Câmara Municipal de Itapetininga continuará a ser o foco das atenções políticas em 2008. Como o quadro de funcionários da Câmara é escasso, um novo inquérito somente começa quando é encerrado o anterior. Isso permite supor que as investigações avançarão o ano e devem se aproximar das eleições municipais. Um fato que poderá favorecer o prefeito Roberto Ramalho.
O próximo inquérito será de supostos gastos abusivos em viagens e diárias. Os documentos já estão na mão do presidente da Câmara, Geraldo Macedo. Estes gastos já foram denunciados pelo jornal Correio de Itapetininga. Macedo não informou quais as pessoas que serão acusadas, mas pode envolver funcionários em atividade e afastados, vereadores e parlamentares que perderam o cargo.
Para o vereador e delegado Mauri de Jesus Morais (PDT), a investigação exige profundidade. “A Câmara será o foco, concordo com isso. Não dá para interromper. Os fatos devem favorecer o governo municipal”, reconhece Morais que é considerado um parlamentar independente, que não integra a bancada de situação da Câmara.
Com o foco na Câmara, o governo municipal pode ser favorecido em um período eleitoral. O próprio Mauri quer moralizar o pagamento de verba de gabinete e espera que outros parlamentares cumpram a orientação do Tribunal de Contas que rejeita o pagamento de verba de gabinete. No caso da verba de gabinete, ele disse que alguns vereadores atuais gastam livremente os R$ 2 mil de verba.
Risco
Para o vereador Hiram Ayres Monteiro Junior (DEM), é um risco manter uma agenda negativa. “O momento é de realização”, apregoa. Ele lembra o período do ex-prefeito José Carlos Tardelli em que confrontos somente desgastaram os políticos da cidade. “Sou contra que se continue a tripudiar. Eles já foram cassados.”
Hiram avalia que esta estratégia de manter pressão sobre a Câmara atinge todos os políticos da cidade, que ficam com a imagem desgastada. “Não é uma estratégia inovadora. Não é necessário ter perseguição política. Somente se ocorrerem fatos novos.”
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