-Andrea Vaz – A obesidade infantil vem aumentando nos últimos anos. O índice de jovens acima do peso de 10 a 19 anos pulou de 3,7% em 1970 para 21,7% em 2009, segundo dados do IBGE. Mais do que um problema estético, a obesidade traz alterações físicas e psicológicas. Oito em cada 10 crianças obesas também serão obesas na idade adulta.
A genética é um fator considerável na obesidade infantil. Se um dos pais for obeso, a chance do filho também ser é de 50%. Se os dois pais estiverem acima do peso, a probabilidade do filho também ficar é de 100%. Além da tendência genética, os maus hábitos alimentares dos pais são passados para os filhos.
A Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica aponta a pressão alta, má formação óssea e a diabetes como um dos principais problemas causados pela obesidade. Segundo especialistas, na infância, ela tem um efeito cumulativo na vida adulta, ou seja, quando adulto, a chance de um obeso ter um infarto ou um derrame, por exemplo, é bem maior.
Outra causa da obesidade é a ansiedade, que leva a uma maior ingestão de alimentos. Muitas vezes, as crianças obesas são gozadas e excluídas pelos colegas, tornado-se tímida e insegura. Esse quadro pode levar à depressão e agravar ainda mais o problema com o peso.
Os hábitos modernos de vida também tendem a favorecer o ganho de peso. Além da facilidade em se comer fora, ingerindo assim, produtos ricos em carboidratos e gorduras prejudiciais, há a comodidade. Hoje, as crianças não correm, brincam e se exercitam como antes. Ao contrário, passam a maior parte do tempo no computador ou se ocupando com coisas que não exigem esforço físico.
A boa notícia é que a obesidade infantil tem tratamento, principalmente quando se começa cedo a buscar soluções. O primeiro passo é procurar um endocrinologista, que fará todos os tipos de exames, especialmente para saber se a causa da obesidade não é devido a hormônios desregulados.
Um nutricionista é fundamental para orientar quanto à reeducação alimentar, indispensável no processo de emagrecimento. Um psicólogo vai encorajar a criança a se aceitar e a seguir o tratamento, além de proporcionar estabilidade emocional, importantíssima para a saúde física.
Fatores de risco para obesidade infantil
– Mães que engordam demais durante a gravidez podem ter filhos com tendência à obesidade.
– Crianças com peso e altura acima da média entre 8 e 18 meses
– Bebês que, com um ano, pesam mais do que o triplo que pesaram ao nascer
– Bebês que crescem mais do 25 centímetros no primeiro ano de vida
– Bebês que dormem pouco e fazem poucas atividades durante o dia
– Crianças com mais de três anos que ficam mais que oito horas por semana assistindo televisão
– Aparecimento de gorduras localizadas antes dos quatro anos
– Pais gordos.