-Orestes Carossi Filho – Os produtores colhem o lucro com o plantio de feijão. Segundo o engenheiro agrônomo, Luiz Paulo Mendes, a saca de 60 quilos do grão carioca é comercializada por R$ 170 no mercado. Mendes estima que se fosse vendida a R$ 100, o agricultor já garantiria margem de lucro. “Está 70% acima do praticado. Por enquanto, não podemos reclamar.”
Segundo Mendes, as chuvas intensas na região central do país e seca no Sul são os ingredientes para a elevação do preço. Sua avaliação é que há uma migração do plantio de feijão para o milho. Parcela dos produtores também se dedica ao plantio de milho que da mesma maneira oferece bons preços. O engenheiro explica que o milho, além do preço da saca oscilar em R$ 29, garante uma rentabilidade melhor.
“Agora, os produtores estão colhendo milho. Em seguida, começa o Feijão da Seca.” Para quem vai fazer o plantio, Mendes alerta que a data limite é 10 de março para a região de Itapetininga, conforme a recomendação do Ministério da Agricultura.
Portanto, até que a próxima safra seja colhida, a tendência é que a alta do preço permaneça. No ano passado, o valor oscilava em R$ 90. No cenário nacional, houve uma redução de 10,4% no plantio de verão, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) que ficou reduzido a 1,2 milhão de hectares, em parte devido às diversidades climáticas.
Riscos
Segundo o engenheiro, quem pretende fazer o plantio tem que levar em conta outros riscos. Como no início do ano, as chuvas foram intensas, a tendência é que isso reduza. Para a safra ser bem sucedida, é necessário que nos primeiros 90 dias após a semeadura ocorram chuvas. Por isso, o melhor caminho é a irrigação.
“Choveu muito, a tendência é que não aconteça isso no próximo trimestre. Tem que ser irrigado.” Outro alerta é a presença da “mosca branca”, praga que se desenvolve na cultura da soja, mas que pode prejudicar os pés de feijão. “As fazendas protegidas com eucalipto não sofrem com a praga”, avisa. O melhor remédio, até agora, tem sido o controle químico e o manejo cuidadoso já que o poder de destruição é alto e a doença reduz a produtividade da lavoura.
Produção local aumenta
Basicamente, há três períodos de safra do feijão: das águas, da seca e do inverno. O feijão das águas é plantado de setembro a novembro. Já o feijão da seca é semeado em janeiro até início de março, enquanto o feijão de inverno, plantado em maio, junho e início de julho e apresenta uma desvantagem: para vingar, a lavoura precisa ser irrigada.
Em Itapetininga, a área e a produção subiram em 2011em relação a 2010. No plantio do feijão da seca, a área de plantio obteve uma pequena variação positiva passando de 5,1 mil hectares para 5,5 mil hectares de 2010 para 2011. A produção subiu de 179 mil sacas para 190 mil sacas, no mesmo período. Os dados são do Instituto de Economia Agrícola (IEA).
No período, o feijão das águas subiu de 7,2 mil para 8,8 mil hectares, o que representou uma elevação para 303 mil sacas, em Itapetininga. Segundo ainda o IEA, o feijão de inverno sem irrigação subiu de 435 hectares para 1,6 mil, com produção de 19 mil sacas para 80 mil. O feijão com irrigação passou de 260 hectares para 1,2 mil, e a produção avançou, substancialmente, de 7 mil sacas para 65 mil.
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