Orestes Carossi Filho – Rico em proteínas, o aleitamento materno diminui a mortalidade infantil. A avaliação é da médica especialista em neonatal Andréa Lúcia Gouveia. “O aleitamento materno é uma arma contra a mortalidade infantil”, alerta os desavisados. Na próxima semana, de 16 a 20 de agosto, será realizada a 1ª Semana da Amamentação, no auditório da Universidade Aberta do Brasil (UAB). Nascem aproximadamente 2,4 mil crianças por ano em Itapetininga.
Andréa afirma que será o momento de discutir políticas públicas para reduzir a mortalidade infantil no município e divulgar a importância do aleitamento materno. Até junho deste ano, a índice subiu e atingiu 19,2 mortes para cada grupo de mil crianças nascidas vivas, conforme dados da Fundação Seade. O coeficiente é considerado alto, já que em países desenvolvidos o índice fica abaixo de 6 por mil.
A médica conta que o leite materno protege a criança de diabetes, desnutrição, diarréia, doenças alérgicas, asmas, infecções respiratórias, obesidade e doenças coronarianas. É rico em proteínas, lipídeos, hidratos de carbono, hormônios, enzimas e sais minerais. “Criança amamentada tem um melhor desenvolvimento. Quando vemos quantas doenças ele pode prevenir, podemos ver o quanto à sociedade pode economizar tanto em medicações, como com internações e doenças do adulto”, completa.
Conforme dados do Ministério da Saúde, de 1989 a 1999, somente 35% dos recém-nascidos eram amamentados até o quarto mês. De 2000 a 2008, 52% dos bebês eram alimentados com leite materno. “É pouco”, comenta. Ela afirma que muitas mães desistem. O ideal é que as crianças sejam amamentadas até pelo menos o sexto mês. . “É um alimento excelente até dois anos ou mais.”
Além do reforço do aleitamento materno, a médica afirma que a maternidade do Hospital Regional deveria buscar o credenciamento como Hospital Amigo da Criança. O custo para ter o selo é baixo, diz a médica. São necessários cursos de capacitação e reciclagem de toda a equipe de funcionários da maternidade. Conta que muitas mães desistem após dores e fissuras no peito. “O curso capacita os profissionais a ensinar a mãe a posicionar o filho no momento de amamentar.”
Neonatal
Até junho de 2010, foram registradas 19,2 mortes para cada mil crianças nascidas vivas até um ano de idade, 17,6 óbitos ocorreram nos primeiros 28 dias de vida. Isso quer dizer que 92% dos óbitos ocorreram no primeiro mês da vida do bebê. Para enfrentar o problema, Andréa aposta em uma equipe de médicos neonatais. São especialistas preparados para atender crianças com baixo peso e com problemas graves. Do total de mortes, a metade ocorre nos primeiros sete dias de vida. A instalação de uma Utineonatal ajudaria a reverter o atual quadro preocupante. Quando um recém-nascido necessita de uma UTI, a criança é transportada para São Paulo, Sorocaba, Itapeva, Itapecerica da Serra e Itu.
Palestra
Uma das palestrantes da 1ª Semana da Amamentação é Dra. Lais. Santos Bueno que é pediatra, professora da Universidade Lusíada, Mestre em ciências da Saúde – UNILUS; Consultora Internacional em amamentação pelo IBLCE e membro do departamento de aleitamento materno da sociedade de pediatria de SP. Haverá eventos na Praça Marechal Deodoro, nos dia 18 e 19, das 10h às 15h. No dia 20, o evento será realizado na Câmara Municipal, das 14h às 17h. Serão entregues certificados e sorteio de brindes.
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