-Alberto Isaac – Embora fossem outros tempos, ele não se juntava a categoria de professor da era medieval. De esmerada educação e refinada elegância, sério – mas comunicativo – conhecia profundamente a matéria que ministrava e não desconhecia os meandros burocráticos da profissão. Ouvindo atentamente, sabendo escutar, dialogador com inteira propriedade, democrata porque a todos atendia igualmente, sabia da importância fundamental em ensinar e também receber informações precisas.
Ingressou no magistério por opção, porque tinha verdadeira paixão pelo ensino, qualidade que herdou de seu progenitor, o competente e benquisto Eduardo Soares, o “seu” Dudu, professor com todo mérito de Francês, língua que brilhou nas escolas de Itapetininga: Peixoto, Comércio e Ginásio, o conhecido Ginhasinho.
Sérgio Soares, tinha como ofício lecionar e associava sua didática à nova tecnologia da época. “Tinha o ardente desejo de dar aula. Um desejo de ensinar e uma postura própria dos grandes mestres e que poderia realizá-la em qualquer cidade do Brasil”, conta um seu colega, também hoje aposentado.
Personagem um tanto reservado, mas aberto a todos, em sua juventude desempenhava papel saliente no esporte, principalmente ao futebol e com paixão era torcedor das cores da gloriosa e vetusta Associação Atlética – a Veterana – cujo pai seu Dudu, foi um dos dirigentes e técnico (treinador) da equipe. Sérgio praticava futebol no “campinho ao lado Associação – e jogava pelas escolas onde estudou e também nas Olimpíadas estudantis.” É desse tempo que ele fala, como que contemplando as névoas do passado, das memoráveis partidas do alvi-negro e o entusiasmo que envolvia a população da cidade, notadamente quando ela enfrentava seus aguerridos rivais: DERAC e CASI.
Foi em Tatuí, terra amada do escritor Paulo Setubal, que Sérgio nasceu, mas seus pais Eduardo e Maria Arruda Auta Soares, logo transferiram residência para Itapetininga, onde ele cursou o primário no “Major Fonseca”, tendo como professores Antonieta Pacheco França, Chiquinha Cavalheiro, Juliana Fabiano Alves entre outros, sob a direção de Eurico de Moura, diretor de primeira categoria. Tempo em que despontou como um dos melhores alunos nas escolas em que freqüentou: “Peixoto”, Fundamental, Colegial e Magistério e Comércio, graças a sua inteligência rara e aplicação nos estudos.
Teve uma infância como qualquer criança, mas além das diversões como andar – no ribeirão do Chá ou no Carrito – jogar bola, reunira-se com os amiguinhos à noite, ouvindo e contando histórias fantasmagóricas sentados frente à casa de um deles, Sérgio tinha também como grande entretenimento a leitura. Aliás, leitura que lhe trouxe vasto conhecimento e que até hoje quase oito décadas depois, continua a se dedicar e empolgar com livros, responsáveis pela sua alta competência. Hoje – 10 de fevereiro – está concluindo a leitura do livro “Fúria dos Reis”, crônica de “Fogo e Gelo”, de RR Martins, a obra que refere a histórias de reis da velha Europa. Normalmente lê 12 livros por ano e nesse inicio de 2012 já terminou 4, versando sobre histórias, ficção e não ficção. Em sua residência, orgulha-se da biblioteca que possui com um acervo respeitável de livros, sobre diversos temas.
Lecionou no princípio de sua carreira no Bairro do Fundão em Araçatuba, muito jovem, e depois professor e diretor em Bernardino de Campos, na Escola Dr. José Prianti Calderari, vice-prefeito daquele município e cujo nome dado ao estabelecimento depois de sua morte. Um dos fundadores do Grêmio Estudantino Fernando Prestes, na década de 1940, junto com Mauro Leonel, Aurélio Zancopé (1º presidente) Tercis Almada e outros. Essa primeira diretoria foi a idealizadora pela implantação das célebres Olimpíadas Estundantis de Itapetininga que se realizavam anualmente, incluindo todas as atividades esportivas e disputadas pelas escolas locais.
Orientador Educacional da “Peixoto Gomide” por vários anos, funcionando como Psicólogo e Pedagogo, Sérgio ocupou a direção do estabelecimento depois de Eliziário Martins de Melo e Antonio Antunes Alves com atuação elogiada e passando o cargo, posteriormente, ao inesquecível Antonio Belizandro Barbosa Rezende. Orgulha-se de ser também um dos colaboradores na fundação da Associação de Ensino, entidade que integrava as primeiras escolas do ensino superior criadas na região. Sérgio Soares licenciado naquela Faculdade também foi titular na matéria Organização e Método de Ensino e na Escola de Comércio, lecionou a cadeira de Estatistica.
Um trabalho no setor da Educação que somou aproximadamente seis décadas vem atestar o valor de um mestre de inteira competência, e a riqueza de Sérgio Soares é consciência do dever cumprido, do grande serviço prestado à Pátria e a comunidade. E como corolário as afirmações do ex-professor José Nelson Correa Camargo: “O professor Sérgio Soares a pessoa mais correta, competente, honesta e íntegra que encontrei em Itapetininga, dentro de suas funções na área educacional, e um homem até hoje, dedicado a filantropia.”
Após 100 dias população aprova ônibus gratuito
Com avaliação positiva da maioria da população, o transporte público gratuito em Itapetininga fez cem dias no início do mês de abril. A medida foi implementada pelo prefeito Jeferson Brun...