Cinthia Toledo/AE – Eles se preocupam com cada centímetro do que a gente faz. “Olha, cuidado lá. Vê se não fala com estranhos.” E na internet a história é a mesma. Os pais se preocupam com os sites que você vai acessar, as coisas que vai ver, as pessoas com quem vai se relacionar. E isso é perfeitamente compreensível. Afinal, tal qual o mundo offline, a internet está repleta de lugares impróprios e gente mal-intencionada.
A saída, para muitos pais, está em instalar no computador um software de controle do que a criança acessa. Mas vale lembrar que esses programas não excluem uma boa conversa, que tem de existir. “Não se pode proibir e pronto. Tem de conversar, cultivar no filho o hábito de fazer escolhas”, explica o psiquiatra Aderbal Vieira Júnior, co-responsável pelo setor de dependência não-química da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
O psiquiatra ressalva que, especialmente para crianças pequenas, essas ferramentas podem ser muito úteis. “Elas ainda não têm capacidade de discriminar uma coisa da outra. Então, os pais têm de fazer isso por elas”, justifica.
AJUDINHA
E nisso os softwares podem ajudar. Por meio deles, os pais podem restringir os sites a que os filhos terão acesso na rede. Mas vale lembrar: esses programas não são infalíveis. Só que dificultam o acesso a conteúdos impróprios. A maioria dos programas possibilita que os pais escolham os assuntos que serão bloqueados. E alguns têm até uma lista bem extensa e detalhada. Assim, é possível adequar o filtro à realidade da criança.
Também dá para administrar o tempo que o pequeno passa na web. Mas lembre que essa restrição vale só para a internet. Esses programas não impedem que seu filho passe horas no computador, desde que ele não esteja conectado.
Se você optar por colocar os filtros na sua casa, não é legal esconder isso do seu filho, mas também não precisa anunciar. “Se a criança perguntar, você diz. Não é necessário mais do que isso Muitas vezes, o filho não vai nem vai reparar”, explica Vieira Júnior.
AMIZADES VIRTUAIS
É difícil saber com quem a criança está falando do outro lado da telinha. Pode ser um desconhecido com péssimas intenções, mas também com um coleguinha da escola. E quanto a isso não há muito o que fazer: os softwares não são capazes de restringir as pessoas com quem seu filho pode ou não falar em e-mails, mensageiros instantâneos ou salas de bate-papo Dá para bloquear totalmente, mas isso também pode ser radical demais. Não se pode pensar que os filtros são soluções mágicas e que com eles seu filho está protegido dos “perigos da web”. Até porque ele pode acessar esses mesmos conteúdos em outros lugares. Por isso, mesmo que você adote um desses softwares, não se esqueça de que a conversa é insubstituível.
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