A dor de cabeça possui várias causas. Muitas pessoas passam a vida inteira em busca de tratamentos que não resolvem o problema, que, de acordo com pesquisas, é mais comum nas mulheres do que nos homens. Segundo fisioterapeuta Gisele Gonçalves Santos, especialista em terapia manual nas disfunções temporo-mandibulares e dores miofaciais, as disfunção da Articulação Temporo-Mandibular (ATM) está entre algumas das principais causas do problema que afeta milhares de brasileiros.
A disfunção é o funcionamento anormal da ATM, que são os ligamentos, músculos da mastigação, ossos maxilar-mandíbula, dentes e estruturas de suporte dentário. Quando existe a disfunção da ATM, o paciente apresenta sintomas como dor de cabeça, dor de ouvido ou zumbidos, dor ou cansaço nos músculos da mastigação, ruídos na articulação e até dificuldade para abrir a boca.
Gisele diz que a disfunção da ATM está relacionada a alguns hábitos, como o apertamento dentário e o bruxismo (ranger os dentes durante o sono). O ranger dos dentes constante acaba sobrecarregando a musculatura facial. “Então a musculatura temporal [na região da tempora] acaba trabalhando em função da musculatura da mastigação, que por causa desses problemas já está trabalhando em excesso”, explica.
Esse tipo de sobrecarga na musculatura temporal faz com que surjam as dores de cabeça durante o dia. Porém, segundo a fisioterapeuta, muitas pessoas só a procuram depois de ter passado por outros médicos, como neurologistas, e já com o problema em estado avançado. “É natural que as pessoas procurem o neurologista primeiramente. O bom é que quando elas chegam aqui já estão com todos os resultados dos exames. Então eu já sei qual realmente é problema”.
Para especialistas, em grande parte dos casos, por sentir dor de ouvido ou dor de cabeça, que é a mais freqüente de todas as queixas para quem tem disfunção da ATM, muitos pacientes submetem-se a avaliação médica e exames de eletroencefalografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética, no entanto, sem chegar a um diagnóstico preciso por tratar-se de pacientes com disfunção da ATM. Segundo Gisele, algumas pessoas chegam com o problema na disfunção da ATM tão avançado que não conseguem nem mastigar direito. A fisioterapeuta explica que nos casos de apertamento a pessoa precisa se policiar e evitar o ranger dos dentes. No caso do bruxismo ela diz ser mais difícil manter o controle, uma vez que isso ocorre durante a noite.
Mulheres
Pesquisas apontam que essa disfunção é encontrada com maior freqüência nas mulheres, sendo a incidência de aproximadamente nove mulheres para um homem. Tenta-se explicar esta alta incidência, devido ao fato da mulher estar exposta ao estresse emocional, às mudanças hormonais durante o ciclo menstrual, a gravidez e às alterações anatômicas, que produziriam uma má relação do côndilo com o disco articular.
Outro fator que contribua para o diagnóstico com maior incidência nas mulheres é que, comparadas aos homens, elas procuram com maior freqüência a ajuda médica. Em relação a idade, pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas a disfunção de ATM é mais comum dos 30 aos 40 anos.
A disfunção da ATM também está associada aos hábitos de morder objetos estranhos, roer unhas, mastigar chicletes, postura da cabeça (para a frente), o de prender o telefone com o queixo ou ainda apresentar fatores relacionados com o estresse, depressão e ansiedade ou eventos traumáticos.
Outros problemas
associados
Segundo Gisele, a má postura, a tensão no trabalho e a sobrecarga de peso sobre a cabeça, pescoço e ombros e problemas na coluna também contribuem para o problema da dor de cabeça. “A dor quando não tratada ela pode ir para outras partes do corpo. Uma dor de cabeça pode descer e afetar a parte inferior, como um problema na parte inferior também pode chegar a influenciar uma dor de cabeça. Geralmente os problemas relacionados á dor de cabeça são da região torácica pra cima”, diz. Ela explica que isso acontece porque existem pontos de dor que podem refletir em outras partes do corpo.
Segundo ela, é preciso diagnosticar o problema corretamente para que a pessoa não faça o uso indiscriminado de medicamentos sem realmente conhecer a causa do problema.
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