Uma doença crônica que causa inflamação na pele e, como conseqüências, lesões e coceira. A doença é uma parte nada desprezível da rotina e, mais do que qualquer medicamento, a cabeça é a melhor aliada para combate-la. Quem fala e ensina, é o advogado Felipe Camargo Araújo, 29 anos, que vive há 27 anos com dermatite atópica. Ele é filho do radialista, itapetiningano, Luiz Carlos de Araújo, que atua em várias emissoras da capital paulista e sobrinho do saudoso homem de rádio Hélio de Araújo.
Seu caso foi diagnosticado aos dois anos de idade, quando surgiram marcas no corpo iguais as brotoejas de calor, que afetam os bebês. Felipe Araújo passou por aproximadamente 400 médicos, tudo para sua cura: homeopatia, umbanda, acupuntura, benzedeiras e dietas.
Conforme a Associação de Apoio à Dermatite, doença de origem hereditária, ela é mais comum em zonas urbanas e afeta de 10% a 15% da população mundial. Felipe Araújo apresenta 20% do quadro que possuía na infância e adolescência, mas mantém uma vigilância permanente. Fez todas as dietas, principalmente eliminando o leite e o ovo, mas “nada adiantou”. A coceira de Felipe tem crises periódicas: teve três períodos em que ela desapareceu – aos 8 anos, aos 12 anos e aos 22. Foram épocas felizes, então acho que, quando você consegue se desligar um pouco da pele, ela tende a melhorar. É uma doença misteriosa”.
Ele criou uma comunidade no Orkut dedicada à dermatite atópica, para compreender melhor os mistérios da doença e conhecer outras realidades marcadas pelo problema. São 1.400 integrantes e “essa troca de informações é satisfatória no que diz respeito a medicamentos, mas não substitui a orientação profissional”.
Na escola ele teve a primeira prova de fogo, quando sua aparência provocou todo tipo de discriminação. “Criança é terrível, goza do colega rechonchudo, de quem usa óculos, de quem tem problemas nas pernas, de quem é tímido”. Calcule quem tem a pele cheia de feridas. Ganhei apelidos dos mais variados tipos e sempre fiquei isolado”. Dizem que todo atópico é mais inteligente, super-dotado. O que acontece é que dedica mais tempo ao estudo porque tem vergonha de ir a piscina, jogar bola, brincar”. Das experiências, uma das lições foi “não deixar de fazer nada por conta da doença”. Levanta cedo, trabalha em horário comercial e dedica a noite à sua banda de rock clássico e aos exercícios de musculação, bicicleta e Kung-Fu.
Convive com a doença, “trabalho, namoro, danço, me divirto, faço tudo o que tenho que fazer. Felipe Araújo, bem apessoado, tem a convicção de que não podendo eliminar a doença, o certo é se entender com ela e diz que o desafio (o maior) é que ao longo do tempo, muitos tratamentos perdem o efeito. Se a gente entra em desespero, a doença piora”. Tem que encarar a vida de peito aberto, mesmo durante as crises e, “você vencendo você mesmo”.
Além de dedicar o tempo livre à música e aos exercícios, o advogado faz parte do voluntariado da Associação de Apoio à Dermatite, notadamente na organização das reuniões mensais da entidade, realizadas aos sábados, na capital, com pacientes e familiares.
Como ele, outros portadores da doença são atendidos pelo Hospital das Clínicas. “A pessoas com dermatite atópica grave se sentem à margem da sociedade. Não é uma doença rara, mas não é tão comum. Todo mundo acha que é o único caso que existe”,conclui Felipe.
Felipe Camargo Araújo, sempre vem a Itapetininga, visitar sua tia, a professora Wanda Araújo, e recordar-se de seus avós Milton Araújo e Ana Rosa Araújo, não se esquecendo dos tios Carlito, Miltinho, Yolanda e Helio Araújo, ainda gravados na memória da população local.
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