-As leis municipais que proibiram a distribuição de sacolas plásticas estão sendo reconhecidas como inconstitucionais, eis que incompetentes para o trato de política ambiental.
A legalidade ou não de tais leis, contudo, passou a ser aspecto meramente formal, quase desprezível, perante a grandiosidade do debate e providências que suscitaram na sociedade. Aprendemos, todos, que havia um festival de desperdícios e irresponsabilidades, no manejo de tais sacolas.
Em curto espaço de tempo, a paisagem urbana sofreu modificações. As sacolas frequentavam galhos, grades, sarjetas, galerias, gramados e até rabos de cachorros.
Só não frequentavam os apartados para reciclagem, pois eram jogadas ao léu ou utilizadas para conter lixo orgânico. Muitas residências brindavam o pobre lixeiro com dezenas de sacolinhas, de difícil e incômoda coleta.
As sacolas plásticas eram a face mais visível da porquice humana, e as cidades ficaram mais limpas, livres de tais estorvos. A crescente utilização de sacolas reutilizáveis é ingrediente cultural que tende a inovar e amadurecer hábitos populares.
Supermercados e demais estabelecimentos varejistas figuraram como vilões oportunistas, mas cumpre reconhecer-lhes a utilidade e cooperação, ainda que movidos por interesses nem sempre naturalistas. Tendem, agora, à oferta graciosa ou menos gravosa de embalagens mais facilmente degradáveis ou reutilizáveis, até como instrumento de concorrência.
Muitas lixeiras, de pia, banheiro e escritório, passaram ao revestimento com jornais, o que aprovamos, desde que não utilizadas as páginas que estampam crônicas. A diminuição do uso das sacolas plásticas não resolve o problema ambiental, mas é um passo decisivo à conscientização coletiva e adoção de habitos mais civilizados.
A ciência e a criatividade humanas saberão descobrir materiais de uso efetivamente sustentável, pois ainda somos vítimas de muita desinformação. Algumas sacolas são condenadas por demandarem um século para a completa degradação, enquanto outras, que demandam noventa e nove anos, figuram como ecológicas.
Enquanto não disponíveis novos materiais, que surjam os novos hábitos e consciências. Convém, sempre, valorizar a reciclagem, a começar pelas pessoas que fazem a coleta de material, casa a casa.
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