A próxima segunda-feira, dia 8, é marcada pelo Dia Nacional de Combate ao Colesterol, data criada para a conscientização e prevenção de doenças cardiovasculares, principal causa de morte no Brasil segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
Em Itapetininga, 88 pessoas morreram em decorrência de doenças cardiovasculares de janeiro a maio deste ano.
Para o médico cardiologista Abel Pereira, essa data é de suma importância para a conscientização da população de que o colesterol tem que ser mantido em níveis aceitáveis no sangue, visto que, em excesso ele pode levar ao infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral (AVC).
Cerca de 17 milhões de pessoas morrem por ano por doenças cardiovasculares no mundo, no brasil são cerca de 400 mil.
Embora possa parecer que o colesterol apenas faz mal à saúde, nós precisamos dele para viver. O especialista explica que o colesterol é um tipo de lipídio, uma gordura muito importante produzida pelo corpo humano, mas que também pode vir de fontes externas (principalmente de alimentos de origem animal), essencial para o funcionamento do nosso corpo.
“Ele ajuda a construir as membranas celulares, sintetiza a vitamina D – que é essencial para a pele – e também é um componente essencial dos hormônios” explica.
Embora o colesterol seja fundamental para o nosso organismo, quando em níveis elevados, acima de 190 mg/dL (miligramas por decilitro), ele pode ser fatal.
Colesterol bom e ruim
Para sintetizar melhor, o médico explica que há dois diferentes tipos de colesterol presentes em nosso organismo: “Nós temos o LDL, chamado colesterol ruim, que não se dissolve no sangue, e temos o HDL, chamado de bom colesterol, que tem uma função protetora, ele retira o colesterol ruim da parede e leva até o fígado para ser metabolizado. O LDL em excesso combinado com baixo nível de HLD leva o colesterol nas artérias em formas de placas, essas placas podem bloquear a circulação do sangue e levar o infarto ou AVC”.
Controle
O colesterol provém 30% da alimentação e 70% da genética. Dessa maneira, para manter o nível de colesterol adequado, a alimentação saudável é primordial. De acordo com o especialista, o correto é dar preferência a alimentos com pouca ou nenhuma gordura saturada, evitar alimentos como manteiga, nata, maionese, queijos amarelos, consumir frutas, hortaliças, evitar alimentos ultra processados e carnes com gordura vegetal.
Além da dieta, Pereira ressalta que é fundamental a pratica de atividade física, não ingerir bebidas alcoólicas, combater a hipertensão arterial, a diabetes, o estresse, a obesidade e o tabagismo. “É uma série de fatores de risco coronarianos que podem ajudar a elevar o colesterol, então é importante ter um estilo de vida saudável para reduzir a probabilidade de a pessoa ter o que a gente chama de aterosclerose”.
A aterosclerose, segundo o médico, é um tipo de uma deposição de gordura dentro das artérias – que já começa nos dois anos de idade – desencadeada pelo excesso de colesterol, e até mesmo pela diabetes, criando uma placa de gordura causando a obstrução dentro das artérias.
Por fim, o especialista aponta que é importante fazer a medição do colesterol já desde os três anos de idade pois o colesterol alto pode se desenvolver até mesmo em crianças. Por isso, segundo ele, é importante evitar o excesso de peso durante a infância e que se estabeleça uma reeducação alimentar, para que se desenvolvido o colesterol alto, o diagnosticado e tratamento possa ser iniciado precocemente. “A prevenção de doenças cardiovasculares começa desde a infância e garante a longevidade e a qualidade de vida até a velhice”, finaliza ele.
Cardiômetro
A SBC criou um “cardiômetro”, um tipo de indicador que registra o número de mortes por doenças cardiovasculares no Brasil, até o momento, quase 250 mil pessoas morreram este ano por doenças cardiovasculares. Para acessar o cardiômetro, acesse o link: http://www.cardiometro.com.br/