De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia cerca de 2% da população mundial convive com glaucoma e as projeções são de que até 111,8 milhões de pessoas poderão sofrer com a doença em 2040. O oftalmologista Quirino Jesus Lopes explicou que o glaucoma é a segunda principal causa de cegueira no mundo.
“Além de também ser classificado como a principal causa de cegueira evitável da cegueira. O grande problema, é que a maioria das pessoas que procuram o especialista devido ao glaucoma, já está com a visão muito deficiente ou cega de pelo menos, um dos olhos no momento da detecção, fator que indica a necessidade de disseminação maior de conhecimento sobre a doença para o público em geral”, pontuou o médico.
O glaucoma é uma neuropatia óptica crônica dos olhos. “Com alterações típicas do nervo óptico e da retina, que alteram o campo visual e acuidade visual. A principal característica é o aumento da pressão intraocular na maioria das vezes, e, isso provoca o enfraquecimento da papila do nervo óptico, retina e consequentemente o enfraquecimento da visão”.
“É uma doença silenciosa, progressiva, traiçoeira e muitas vezes não se percebe sua existência”, acrescentou o oftalmologista.
Existe três tipos de glaucoma, segundo médico. “Primário, que atinge a grande maioria das pessoas e é o mais comum. Secundário, causados por traumas oculares, infecções ou inflamações oculares e algumas outras doenças dos olhos. Congênitas, de origem genética ou familiar, que é rara. Aparece já no nascimento ou nos primeiros meses de vida”.
Sobre as causas do glaucoma o oftalmologista geralmente de origem genética ou familiar. “Traumas, infecções, inflamações e algumas outras doenças sistêmicas”.
Normalmente a pessoa não percebe ou sabe que tem glaucoma. “No início não tem sintomas e por isso é uma doença silenciosa e traiçoeira. Somente no glaucoma agudo sente repentinamente embaçamento visual, dor nos olhos, olhos vermelhos, dor de cabeça forte, que não melhora com analgésicos, a não ser com tratamento específico para essa doença”, pontuou.
“No glaucoma crônico avançado aparece perda do campo visual com visão central somente, embaçamento visual, dor nos olhos, até perda total da visão”, acrescentou.
O diagnóstico só pode ser feito unicamente pelo oftalmologista, afirmou o oftalmologista. “Após os 35, 40 anos de idade todos devem ser examinados para medir pressão dos olhos e o suspeito deve realizar todos outros exames para glaucoma: campo visual, fundo de olho para avaliar papila do nervo óptico e retina, medir espessura da córnea, avaliar segmento anterior do olho”. “Tratamento, que deve ser permanente, com controle rigoroso da pressão intraocular periodicamente e avaliação do fundo de olho e campo visual. É comum a baixa visual e cegueira por falta de diagnóstico e tratamento adequado”, finalizou.