A alimentação inadequada, ausência de exercícios físicos e o estresse facilitam o surgimento de doenças cardiovasculares. No Brasil, morreram 50.133 pessoas por Acidente Vascular Cerebral (AVC) entre janeiro a julho, conforme a Sociedade Brasileira de Neurologia. No ano passado, foram 112.052 falecimentos. Um aumento de 8% em relação a 2019. Com um alerta médico, o período de inverno aumenta em 20% a incidência dessas doenças, afirma o Instituto Nacional de Cardiologia.
Em Itapetininga, foram anotadas 32 mortes de AVC e 21 perdas de vida por Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) no ano passado. Esses dados foram apurados junto ao Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) do Ministério da Saúde. No geral, as doenças cardiovasculares causaram a morte de 99 pessoas na cidade, em 2023. Isso pode variar um pouco, dependerá da metodologia aplicada nos critérios de busca.
De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), o médico Armando Lobato, os dados refletem uma realidade preocupante. “Com essa avaliação conseguimos definir que um dos pontos principais para o aumento de mortes por AVC, se dá ao fato do alto número de doenças não controladas antecipadamente e falta de políticas públicas do governo para prevenção da doença”, afirma Lobato.
O AVC é popularmente conhecido como derrame cerebral ou isquemia e é uma das principais causas de morte, incapacitação e internações em todo o mundo. É uma doença que ocorre pela morte de células do cérebro devido à interrupção do fluxo sanguíneo dentro do vaso (AVC isquêmico) ou pelo rompimento deste vaso (AVC hemorrágico).
Já o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é a diminuição ou interrupção da passagem de sangue para o coração, de forma súbita, na maioria das vezes é causado por acúmulo de placas de gordura dentro das artérias coronárias ou por formação de coágulos.
Em 2023, somente os casos de infarto, AVC e demais doenças cardiovasculares causaram internações hospitalares de 799 pacientes, com cuidados médicos rigorosos em Itapetininga. O tempo de internação é longo, pois a média de permanência dos enfermos alcançou 7,1 dias. Se somasse o tempo de todos os casos no leito do hospital de Itapetininga representaria 5,6 mil dias, aponta SUS (SIH/SUS) do Ministério da Saúde.
Neste ano, até junho, foram 49 mortes, causadas pelas doenças cardiovasculares em Itapetininga. Com o destaque negativo para o AVC, que causou o óbito de 15 pessoas e o Infarto do Miocárdio que levou 9 pacientes na cidade, aponta o levantamento.
Independente de tudo, os médicos alertam para estar atento a dores no peito, desconforto na região peitoral, podendo irradiar para as costas, rosto, braço esquerdo e, raramente, braço direito. A dor costuma ser intensa e prolongada, acompanhada de sensação de peso ou aperto sobre o tórax.
Tanto a AVC quanto o infarto faz diferença ser atendido nas primeiras horas. Quanto menor o tempo, melhor.