Juliana Cirila
O Governo de SP confirmou nesta quarta-feira, dia 3 a continuidade das atividades presenciais nas escolas da rede estadual, mesmo na fase vermelha, a mais restritiva do Plano SP. A medida, já prevista no plano com obediência aos protocolos de segurança sanitária, tem objetivo de atender aos estudantes em situação de vulnerabilidade.
A volta às aulas levanta questionamento dos pais sobre as crianças que estão na escola. Qual é o risco de contaminação do Covid na educação infantil? Qual idade é necessário a criança usar máscara? Será que brinquedos e alimentos devem ser compartilhados?
A pediatra Claudia Parenti falou sobre o uso da máscara. “No Brasil a Sociedade Brasileira de Pediatria orienta que todas crianças acima de dois anos a usarem máscara. Tem crianças com espectro autista que tem dificuldade em usar mascara, então nesse caso a decisão dos pais deve pesar o risco benefício se essa criança precisa sair de casa, ficar exposta”.
Parenti ainda relatou que a máscara ideal para se usar é a mascara cirurgia simples com tripla proteção. “Para as crianças usarem a máscara deixamos usar as de personagem bonitinhas, mas tem que usar. Por incrível que pareça as crianças menores estão aceitando melhor o uso da máscara. O importante é os pais darem o exemplo, mas não temos que dar liberdade deles andarem sem máscaras, explicar de maneira lúdica que eles aceitam melhor que muito adulto”.
Sobre a volta às aulas a pediatra falou que desde outubro a Sociedade Brasileira de Pediatria se posicionou pesando os prós e contras. “As crianças desenvolveram ansiedade e obesidade em ficar em casa, eu tenho paciente, criança pequena que engordou dez quilos no período de pandemia, criança que já tinha saído da fralda começou a fazer xixi na cama de novo, porque eles estão vendo essa movimentação. Mas devemos lembrar que cabe aos pais essa decisão e cada caso é um caso”.
“Seria bom voltar as aulas, mas com um esquema de rodizio, um número limitado dentro as salas de aula. Também entra a questão da professora, que deve falar com os alunos sobre a situação. Mas eu acho que o parquinho das escolas não deveria ser compartilhado, porque não tem como ficar higienizando todo momento e ali é um grande risco de contagio para as crianças, acrescentou a pediatra.
Parenti ainda falou que nesse momento existe algumas coisas básicas que tem que ser avaliada. “Se eu tenho muita gente, se eu tenho condição de me distanciar, se o lugar é bem ventilado e se as pessoas estão respeitando o uso da máscara e álcool em gel. Mesmo assim eu corro o risco de pegar o coronavírus como também o professor também pode pegar, pois sempre vai ter o risco do contato físico principalmente em criança”.
Outro risco que a pediatra alerta é sobre o uso de transporte coletivo. “O risco de transporte de deslocamento é o mesmo risco de aglomeração, eu diria que um dos maiores riscos. Para as crianças que vão de Van para as escolas, os pais devem observar que se estão seguindo as regras de higienização correta”.
A hora do lanche também preocupa os pais. Parenti falou que o ideal é fazer lanche por turno para ter afastamento das crianças, para poder distanciar todo mundo, lavar a mão de todo mundo. Pois é uma situação difícil para a escola também, já que a hora do lanche é uma festa para a criançada.
*Sob supervisão Carla Monteiro