Juliana Cirila
Com o preço do dólar lá em cima a safra da soja de 2021 promete aquecer os bolsos dos produtores, mas o valor acabou refletindo na mesa do consumidor. Com pouca soja no mercado e a alta procura, os fabricantes que utilizam a soja para fazer seus produtos acabam não tendo outra opção. Com isso o consumidor viu o preço do óleo de soja disparar nas prateleiras.
O economista Marcio Henrique Aleixo explicou que o aumento do preço dos produtos nas prateleiras se dá por vários fatores. “Um deles é o aumento do consumo pelas famílias, durante a pandemia acabamos ficando em casa e isso afetou o consumo principalmente de alimentos, que foram os produtos que mais aumentaram de preço no último ano, e consequentemente o consumo de óleo de soja aumentou também, porém há outro fator que explica melhor o aumento do preço do óleo de soja, o dólar”.
O economista apontou ainda que os dados do IBGE registraram uma alta de 103,79% no ano de 2021. “O dólar teve um aumento muito considerável durante o ano de 2020, e isso faz com que o produtor exporte sua produção, e assim ter uma compensação financeira muito grande do que se vendesse esse produto ao mercado nacional, então com a demanda de soja subindo, e a oferta no mercado nacional diminuindo, o preço aumenta, aumentando consequentemente os seus derivados, pesando no bolso do consumidor”.
Aleixo ainda contou que por conta desses motivos, o preço da soja pode se manter alto por um tempo, permanecendo o dólar no patamar atual o produtor vai preferir exportar sua produção, sendo assim o preço dos derivados deve continuar pesando no bolso dos brasileiros.
Já a dona de casa Célia Maria do Espirito Santo Silva, contou que gastava em média R$400,00 para fazer a compra do mês. “Mesmo cortando várias coisas supérfluas, comprando apenas o básico, minha compra do mês não sai por menos de R$750,00”.
Silva ainda contou, que está economizando o quanto pode. “Utilizamos o mesmo óleo algumas vezes e evitamos fazer fritura e outros alimentos que utilizem muito óleo, porem o aumento do preço não é só do óleo, é do arroz, do feijão, do gás de cozinha, tudo está muito caro.
A dona de casa ainda falou que se sente triste pelas pessoas que não tem condição de comprar. “Conheço varias pessoas que estão desempregada e que nem tem condição de comprar alimentos e com esses preços nas alturas fica difícil para população de um modo geral”.