-Orestes Carossi Filho – Os moradores que vivem próximos a um terreno ao lado da Rua Olegário Moraes Terra, no Jardim Bela Vista, convivem com o forte odor e o visual degradado de um córrego que passa pelo local. Ratos, mosquitos, baratas, água contaminada e lixo compõem o cenário precário de uma área ocupada há 15 anos de forma irregular. Não há iluminação pública e rede de coleta de esgoto.
É uma área de preservação permanente e teve ocupação e parcelamento irregular do solo no passado. As dezenas de famílias, que vivem no local, ainda aguardam uma solução por parte do poder público.
Todos os dias, crianças brincam e dividem o espaço com porcos que vivem soltos no local. “O mau cheiro é insuportável”, diz a dona de casa Ellen Caroline Ferreira de Souza. “É um risco para todos os moradores. Diariamente vejo meninos brincando nesta água suja”, afirma. “Eu me inscrevi num programa da prefeitura para ser transferida para outro local, mas ainda não tive respostas”, explica.
A área é considerada de vulnerabilidade social, segundo informações da prefeitura. As famílias carentes não contam com saneamento básico e o esgoto é lançado num córrego. “A água chega, mas não há tratamento de esgoto por aqui. Todos os dejetos caem no córrego em frente a minha casa”, explica a moradora que vive no local há 10 anos.
Um morador, que vive próximo à área, na rua Mário Moreira, disse que a Vigilância Sanitária já foi acionada, mas nada foi feito até o momento. “É alarmante a situação deste local. Não há higiene nenhuma. Com o calor é impossível ficar por aqui. O poder público não nos dá atenção. Para quem mais devemos apelar?”, pergunta o morador.
O aposentado Reinaldo Ferreira, 73 anos, e sua esposa Teresa Ferreira, 72, foram os primeiros moradores a chegar no local. “Prometeram melhorar as condições, mas fomos esquecidos. Eles usam um poço para retirar água de uma mina, mas o solo está comprometido, pois o esgoto de outras residências é lançado no terreno. “Não dá para beber dessa água, usamos apenas para lavar roupas”, explica a dona de casa.
Sujeira
Os moradores da área também reclamam da sujeira despejada no terreno. De acordo com um morador, há muito tempo não é realizado o serviço de limpeza – o que deixa a população ainda mais preocupada. Uma moradora que preferiu não se identificar disse que o problema passa despercebido pelas autoridades. “Precisamos que voltem os olhos para esta área”, declarou.
Transferência
Segundo a prefeitura, algumas famílias que residiam nesta área foram transferidas para Jardim São Camilo, pelo Programa de Habitação de Interesse Social- PAC e HIS. Além disso, está ainda em fase de remoção um número estimado de 70 famílias que ocupam áreas de risco e vulnerabilidade social no município.