Com o objetivo de proporcionar convivência familiar, apoio financeiro e de serviços a crianças e adolescentes em situação de acolhimento institucional e com poucas perspectivas de retorno a família de origem ou adoção, a Vara da Infância e da Juventude da Comarca de Itapetininga criou o Programa Apadrinhamento Solidário. O programa possibilita que essas crianças e adolescentes possam ter a oportunidade de conviver em família e na comunidade, recebendo atenção e apoio para criar novas perspectivas para a sua vida.
Desta forma os acolhidos podem contar com auxilia a saúde, oportunidades de cursos , atividades esportivas, recreativas e culturais.
O Apadrinhamento pode se dar de várias formas: Apadrinhamento Afetivo, Apadrinhamento Financeiro ou Apadrinhamento de Seviços.
Sobre o apadrinhamento solidário, o Jornal Correio de Itapetininga escutou o juiz da Vara das Execuções Criminais e Infância e Juventude, Dr Alessandro Viana Viera de Paula.
“O programa do apadrinhamento solidário foi instituído pelo Conselho Nacional de Justiça há vários anos, e nós já temos aqui. É uma portaria de aproximadamente sete anos que temos esse programa, que não atingiu o número desejado. Por isso estamos revitalizando com novos parceiros nas redes sociais, e esse apadrinhamento solidário que se divide no afetivo, no financeiro e no de serviços. Ele é importante para dar esse apoio adicional aos menores que estão acolhidos em abrigos. Há menores que estão há muito tempo privados do convívio familiar, com pouca expectativa de volta ao convívio familiar, e poderemos oferecer para ele um apadrinhamento de serviços, para que ele possa aprender inglês, violão, informática. É uma forma de prepará-lo futuramente até para o mercado de trabalho, com autonomia dele para um futuro. O financeiro também, os valores são usados para complementar aquilo que o abrigo não pode dar, às vezes um psicólogo particular, um curso particular. Sempre preparando e fortalecendo esse menor para o futuro, uma vez que com 18 anos ele sai do abrigo. O apadrinhamento afetivo traz convivência, cria vínculos. Muitos deles trazem carências afetivas e uma pessoa ou um casal que se aproxime deles ajuda a diminuir esse sofrimento emocional. Embora não se confunda com adoção, pode continuar prestando esse auxílio afetivo a ele depois, quando ele sair do abrigo, voltar para a família biológica, ou ir para uma república.
Vejo que é um programa útil que vai complementar, vai adicionar esse algo a mais que é especial e importante naquilo que muitas vezes o abrigo, por melhor que seja, não pode oferecer. É nesse sentido, de ofertar esse algo a mais em nome do bem, em nome da amorosidade, em favor daqueles que estão acolhidos que, em última instância, é de responsabilidade solidária e social de todos nós. Não é só do Estado, não é só da Justiça. As pessoas conscientes na sociedade teriam que ter esse olhar de inclusão, de acolhimento, de oferecer algo a mais em favor desses que estão em abrigos, conclui o Dr Alessandro.
O Programa Apadrinhamento Solidário é uma parceria do Tribunal de Justiça de São Paulo, Vara da Infância e Juventude de Itapetininga, Prefeitura de Itapetininga, Secretaria de Promoção Social, Serviços de Acolhimento Institucional do Município, Defensoria Pública e Ministério Público.
Os interessados em apadrinhar devem fazer cadastro no CREAS, localizado na rua João Evangelista 416, centro ( telefones (15) 3272 7240 e (15) 3271 0595.