-Giovani Hamada
Daniel Suzuki diz que o SAS, durante as negociações para a renovação de contrato, só não desistiu por causa das dívidas que estavam em nome da organização. “A gente só não largou do hospital por causa da dívida. Se não o SAS ia ficar com R$ 6 milhões de dívidas do hospital nas costas e é uma dívida que não era nossa. A dívida é solidária com a prefeitura, mas ela está toda em nosso nome”. Segundo ele, a maior parte dessa dívida se refere á questões tributárias.
O administrador diz que para manter toda a estrutura do Hospital Regional – que inclui o Pronto Socorro – é necessário o repasse de recursos d R$ 2, 1 milhões mensalmente. No entanto, o que chega ao hospital, é aproximadamente R$ 1,75 milhão “Hoje a gente recebe R$ 1.536 milhão, mais um complemento, que chega há uma média de R$ 1,75 milhão. Faltando mais de R$ 300 mil todo mês fica complicado”.
A dívida do hospital, em agosto de 2010, segundo o SAS, era de R$ 6 milhões e hoje, uma ano depois, o valor conseguiu ser reduzido para R$ 4 milhões. “Hoje, o que nós estamos tratando com a prefeitura está sendo bem negociado. Está sendo tratada de uma forma bem clara e transparente e a prefeitura tem entendido e está fazendo de tudo para ajudar a resolver essa questão”.
Segundo ele, a prefeitura tinha uma visão da situação e acabou descobrindo que o que acontecia era outra. “Na última renovação do contrato, nós brigamos muito com a secretaria, na época era a Regina, que tinha uma visão pouco, talvez, distorcida do que era o hospital. Ela se apegou numa questão que eram os convênios privados. Porque existe uma parte do hospital que atende o convênio privado”.
De acordo com Suzuki, a secretaria achava que o faturamento do atendimento privado girava em torno de R$ 400 mil a R$ 500 mil e que esse dinheiro era “torrado”. “Chegou um determinado momento, quando foram abertas as contas, viram que o orçamento daquilo era irrisório. O fato é que o faturamento do hospital era interessante quando existia a Unimed junto ao hospital, antes do hospital da Unimed ser construído. O que aconteceu: a Unimed levou os conveniados para o hospital deles e o orçamento do hospital caiu lá em baixo”, falou.
“A secretária dizia que aquilo [o hospital] era uma caixa preta e que não sabia o que tinha ali dentro. Nós abrimos tudo e sumiu o fantasma. Aí chamaram uma empresa para fazer uma auditoria para ter ideia de quanto custava tudo isso”.
Ele contou que há tempos informava para a prefeitura que o hospital custava mais caro do que o que se repassava e existia o problema do Estado não repassar os recursos para a prefeitura. “Não sei o motivo, se [a prefeitura] prestava conta ou se não prestava conta. A parte do SAS era prestada. A prefeitura tem a função de analisar e caminhar aquilo para o Estado, via o processo que ela tem que fazer devido ao convênio que ela tem com o Estado”.
Durante o tempo que o Estado não repassou os recursos, Suzuki disse que o SAS foi segurando o problema. “Então foi feito um contrato de renovação, onde a prefeitura assumiu. Ela reconheceu em contrato a dívida, que foi ocasionada por um déficit de repasse financeiro de custeio do hospital”, esclareceu.