Itapetininga e região estão enfrentando a quarta onda de calor durante deste ano, caracterizada por temperaturas elevadas durante o dia e noites mais frescas. A onda de calor é causada por uma zona de alta pressão na atmosfera, que impede a chegada de ventos de outras regiões, elevando as temperaturas. A previsão é de que as temperaturas alcancem até 34 graus ou mais durante as tardes, enquanto à noite e de madrugada os termómetros registaram entre 18 e 20 graus.
Sobre essa onda de calor atípica, o agrometeorologistas Daniel Nassif diz que nessa época do ano de outono, é até normal observarmos ondas de calor, mas com intensidade menor. “Devemos ter esse clima mais quente e seco por uns 10 dias, sendo que em alguns as temperaturas podem chegar a 34 graus ou mais, dependendo da região”.
Para a próxima semana a previsão é de continuidade do calor diurno, e tempo seco, afirma o agrometeorologistas. “Mais ao final da outra semana, podemos ter a volta das chuvas, e espera-se que, em até 15 dias, chegue mais uma frente fria, deixando o tempo mais fresco e úmido. Com o passar dos dias, vamos chegando mais próximo ao inverno, e a chance de mais frentes frias com massas polares aumenta, principalmente após meados de maio, onde veremos a redução mais consistente das temperaturas”.
Com essa onda de calor fora de época e as mudanças climáticas globais, Nassif explica que as ondas de calor durante o início do outono são esperadas, mas com noites frescas. “Essa que estamos passando está um pouco mais forte do que o esperado, mas não podemos afirmar que ela é resultado de mudanças climáticas, mas também não podemos descartar tal afirmação. Para afirmarmos isso, precisamos observar a ocorrência das ondas de calor mais intensas por diversos anos seguidos”.
De acordo com o agrometeorologistas uma das principais características das ondas de calor é a presença de um tempo seco, sem chuvas. “’Esse é o maior problema para a agricultura da região. Os produtores que tem a safrinha em campo em fase de enchimento de grãos, ou qualquer cultura em desenvolvimento vegetativo, vão sofrer um pouco pela ausência das chuvas em todo o período, e com isso ocorre um aumento da evapotranspiração das culturas, podendo reduzir a produtividade em regiões de sequeiro. Os produtores que possuem sistemas de irrigação podem utilizá-los para minimizar esse estresse hídrico que as culturas devem sofrer”.
Para o Nassif qualquer cultura que estiver em desenvolvimento vegetativo ou reprodutivo vai sofrer com a falta de água. “Somente as áreas que, por exemplo, o milho já está secando para a colheita, não sofrerão perdas nenhumas. Os produtores de olerícolas também devem ficar atentos às condições de baixa umidade e realizar a irrigação”, explica.
A onda de calor atípica pode afetar a safra de outono, conforme o agrometeorologistas essa onda de calor pode trazer uma perda produtiva pequena para os produtos olerícolas, e uma leve redução na produtividade da safrinha, já que na maioria da região, o milho já encheu os grãos. “O maior problema está em áreas que estão em início de enchimento de grãos. Os efeitos podem ser de perda produtiva, mas em pequena escala, e para frutas e hortaliças, uma leve perda de qualidade pela temperatura elevada.”.
Sobre como os agricultores podem tomar cuidados para proteger as suas culturas durante nessa onda de calor no outono, Nassif diz que como a onda de calor deve durar uns 10 dias, e com as noites mais frescas, não há muito o que os produtores fazerem, a não ser os que possuem sistemas de irrigação, que podem utilizá-lo durante esse período, que também será bastante seco. “Os produtores devem também ficar atentos aos focos de queimadas, que sempre aumentam nos períodos mais secos. Os produtores de frango devem ficar atentos também devido ao risco de elevação da temperatura nas granjas, o que pode trazer prejuízos aos animais”.
De acordo como o agrometeorologistas nos animais não existe nenhuma alteração, por conseguirem controlar a própria temperatura corporal, e pela onda de calor ser por um período relativamente curto, e com noites mais frescas. “Para as culturas, também não teremos qualquer alteração do ciclo reprodutivo, e sim talvez um estresse pela falta de água”.
Já com as plantas essa onda de calor deve afetar o ciclo das pragas e doenças das plantas, primeiramente pela redução nos dias de reprodução das pragas, o que pode aumentar a intensidade das mesmas para as culturas que estão no campo. “Com esse aumento da temperatura diurna, e redução grande durante a noite, teremos mais presença do orvalho, e de neblina em alguns locais, o que deixa as folhas das plantas por mais tempo molhadas, aumentando o risco para infecção de doenças, principalmente as fúngicas”, explica Nassif