O Hospital Regional de Itapetininga acumula dívidas de até R$ 4 milhões. A informação é do vereador Mauri de Jesus Morais (PDT) que acenou com a criação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) em discurso realizado na sessão desta segunda-feira, dia 14. “Como se acumulou essa dívida?”, perguntou o vereador para depois acrescentar que “o povo que terá que pagar”.
Mauri promete abrir o inquérito em agosto, após a Copa do Mundo e o período de recesso parlamentar. O vereador quer detalhes de como foi que surgiu o débito milionário. Disse que o centro cirúrgico possui dois respiradores no setor de pediatria, equipamento essencial para manter um paciente vivo. “Se tiver duas crianças internadas e chegar uma terceira, uma irá correr risco de morte.”
Também afirmou que há atraso no pagamento de salários de médicos. “Este é o quadro pintado pelo corpo clínico do Hospital Regional”, revelou. Atualmente, há 119 leitos no Hospital Regional, a metade na época da Santa Casa de Misericórdia. “Iremos achar respostas”, disse, como justificativa para a abertura de uma CEI.
Prefeitura nega valor de débito
A Prefeitura de Itapetininga disse que há débitos do hospital, mas que não atingem o montante apresentado pelo vereador. Mas não foi informado o valor da dívida.
Foi reconhecido um atraso de 15 dias no pagamento de salários. A administração afirma que a falta de equipamento é hoje o maior problema do Hospital Regional e “compromete a utilização de dois leitos da UTI”. A Secretaria Municipal de Saúde já comprou dois novos equipamentos que devem ser entregues ainda esta semana segundo informação do fornecedor. Três aparelhos foram comprados para UTI e outros sete estão em licitação. O investimento atinge R$ 300 mil.
Gestor tinha contrato de R$ 25 mil
O vereador e médico Marcos Cunha (PSC) revelou que o antigo administrador do Hospital Regional recebia R$ 25 mil mensais. A Prefeitura de Itapetininga contratou o Sistema de Assistência Social à Saúde (SAS) para gerenciar o Hospital Regional. “O que me chamou a atenção neste contrato é que o SAS não tinha administrador”, reclamou o vereador que integra o grupo favorável à abertura de uma CEI do Hospital Regional.
O ex-administrador trabalhou por cerca de dois anos na unidade de Itapetininga. Recentemente, o vereador teve acesso aos documentos que revelaram que o gestor pertencia a uma empresa jurídica que foi contratada pelo SAS. “É estranho. Por que contratou um administrador?”, perguntou.
Além disso, Marcos Cunha analisa os contratos entre o SAS com os fornecedores. Em particular, o firmado com a empresa de imagem. Conforme o vereador, 80% do valor “bruto” era pago para a empresa manter o serviço dentro do Hospital Regional. No contrato de ultrassonografia, o SAS pagava 100% do valor bruto.
Mais de 20 mil pessoas vivem na linha da pobreza
Em Itapetininga, 20.814 pessoas vivem na linha da pobreza, ou seja, aquelas cuja renda per capita mensal familiar não ultrapassa o valor de R$ 706, metade de um salário mínimo,...