Redação – A volta da idéia da criação de uma Guarda Municipal em Itapetininga leva a comunidade a refletir sobre a importância de se implantar uma instituição dessa natureza neste momento. As primeiras conversas em torno da guarda não são novas e nos remetem aos distantes anos 80. Hoje em dia, a segurança é uma questão delicada em nosso país, mas também existem outros fatores que não podem ser deixados de lado pelas autoridades, que são outros serviços primordiais para o bem comum, como Educação, Infra-estrutura e Saúde, setores também debilitados na grande maioria dos municípios brasileiros.
Um dado preocupante em toda essa questão é que a Prefeitura de Itapetininga ainda não discutiu a criação da Guarda Municipal com a população. E, além disso, já diz ter um projeto em estudo. Mas fica a indagação: será adequado o Poder Público criar mais esse ônus para o município, que apresenta deficiências na área da Saúde, Educação e Infra-estrutura?
Com a Guarda Municipal, o prefeito Roberto Ramalho já admitiu que até R$ 3 milhões do orçamento municipal ficariam comprometidos. E mais ainda, o próprio Ramalho disse esta semana que essa quantia não está disponível nos cofres públicos e por isso a idéia da Guarda não sai do papel. Esse montante daria para asfaltar pelo menos 40 quadras ou ampliar investimentos em outras áreas do município, como Assistência Social, Transporte, ou Esportes e Lazer. Sem esquecer de citar que uma cidade do porte de Itapetininga ainda não dispõe de um aterro sanitário. Isto em pleno século 21.
Talvez um dos caminhos mais democráticos para isso fosse um debate amplo com a população, para que ela seja ouvida e tenha o direito de manifestar se a criação da guarda é ou não uma boa opção para este momento que vive a cidade. Será que a criação de uma UTI Neonatal não traria mais benefícios? Com a implantação da guarda, as futuras administrações já teriam seus orçamentos comprometidos.
Não se trata de ser favorável ou não a criação da Guarda Municipal, o Correio apenas faz este alerta e espera que, no mínimo, seja realizado um intenso debate com a comunidade, uma vez que a própria Prefeitura já informou, em entrevista ao jornal, que o gasto representaria 2,5% do orçamento deste ano, estimado em R$ 120 milhões. E como sempre, esse custo será arcado pelo já castigado contribuinte.
Mais de 20 mil pessoas vivem na linha da pobreza
Em Itapetininga, 20.814 pessoas vivem na linha da pobreza, ou seja, aquelas cuja renda per capita mensal familiar não ultrapassa o valor de R$ 706, metade de um salário mínimo,...