Alberto Isaac – Na grandiosa fé cristã, pequena multidão, embora debaixo de uma violenta chuva, conseguiu chegar até seu destino, levando nos braços o corpo de Cristo, acolitado pelo bispo D. Gorgônio. No entanto, mais da metade dos acompanhantes, de todas as categorias sociais, não conseguiu alcançar a Catedral, pois procurou se abrigar no quarteirão que demanda à rua Barbosa Franco. Mesmo protegendo-se com sombrinhas e guarda-chuvas, a cobertura do posto de gasolina na Quintino, e a lona existente em um lavador de carros não conseguiram impedir que as quase 300 pessoas sofressem mais com a tormenta. Foram 55 minutos de forte vendaval, deixando a chusma completamente encharcada.
Como católico convicto, o cidadão já octagenário, pela primeira vez durante aproximadamente 65 anos, deixou de atingir seu objetivo: acompanhar por inteiro a tradicional procissão. Enquanto aguardava que o tempo se amainasse e “dos pés à cabeça molhados” lembrava-se que em quase sete décadas havia participado dessa gloriosa manifestação de fé e amor ao Onipotente.
Passou pela sua memória, como um filme, o percurso com saída da velha Matriz, demolida em 1947. Pequeno trecho da hoje Praça 9 de julho, adentrando a Quintino Bocaiúva e as Estações, com paradas nas residências de Gumercindo Soares Hungria, na Rádio Difusora de Bartolomeu Rossi (depois Alcides Rossi), na de Abílio Fontes, Correios, e do professor Juvenal Paiva Pereira. Ainda na rua Barbosa Franco, sempre acompanhada pela Banda Lira, sob a batuta de Edmundo Caciacarro e posteriormente por outros regentes, a Verônica entoava cânticos, interpretada pela célebre Maria de Souza, com voz “dulcerosa” emocionando a toda a multidão.
Antes de seguir pela rua Campos Sales, a parada situava-se em frente à Padaria São João, com todo o comércio fechado e as janelas das casas postando velas grossas, sob toalhas brancas rendendo preito ao Dia Santificado. Manifestavam-se em orações e sermões os padres Miziara, Lambert, Vieira (de Capão Bonito) e os responsáveis pela paróquia de Itapetininga.
O cidadão, ainda recebendo todo o aguaceiro, recorda-se que a procissão, sempre com fiéis contritos, realizava as paradas nas Estações na entrada da Campos Sales, da Confeitaria França, próximo a Vasco da Costa Pinto, na tinturaria Esmeralda, na residência de Emílio Nastri, na de Francisco Fabiano Alves, na de William Yared, na Igreja de Santo Antonio e, finalmente, na casa da Margha Blóes, quando então havia o rito final, com a entrada dos fiéis na Catedral.
Durante os 65 anos que o cidadão participou das procissões, percorrendo todo o trajeto, veio à sua memória os padres que conduziram a paróquia com dedicação e amor: Regatieri, Brunetti, Monsenhor Pires, Cônego Luiz, Cônego Sérvulo, José Welleing, João Cristiano, Francisco de Morais, Pedro Torres, Irmãos Lisboa e Padre Mário.
Nesta sexta-feira, o cidadão não chegou até a Catedral, mas ficou feliz com aqueles que enfrentaram a tempestade e, com Dom Gorgônio à frente, não deixaram que a cerimônia se encerrasse sem chegar ao altar de Nossa Senhora dos Prazeres.
Chuva não impediu a Paixão de Cristo
Embora não tenha sido apresentada na Sexta-feira Santa, por causa da chuva, no sábado e domingo, milhares de pessoas assistiram a encenação da Paixão de Cristo na praça dos Amores. Neste ano a novidade da apresentação foi uma parceria com os grupos teatrais da cidade, com mais de 100 pessoas no palco, além da equipe técnica.
Novo Hospital Regional terá especialização em oncologia
A Prefeitura de Itapetininga anunciou nesta segunda-feira, dia 29 o local onde será construído o novo Hospital Regional Estadual de Itapetininga, no Vale San Fernando, uma obra que promete beneficiar...