Alberto Isaac – Conhecido empresário local, com uma das mais completas lojas, montada no centro da cidade, e destinada exclusivamente para cavalheiros, revelou que pretendia deixar o ramo. Ele estava prevendo a implantação de redes de lojas, supermercados e shopping, que migraram para Itapetininga num prazo não muito distante. A afirmação um pouco contristada, foi pronunciada há aproximadamente década e meia, pelo saudoso comerciante e professor Epaminondas Ambrósio.
Com o incremento de crédito, que atinge desde pequenas empresas até o consumidor de baixa renda, associado aos projetos sociais como o bolsa-família e outros de igual jaez, foi motivado um impulso em todos os setores da vida econômica do País. Com a limitação da qualidade de vida que vem ocorrendo nas grandes metrópoles, como São Paulo, as cidades do interior de porte médio, principalmente, estão obtendo maior densidade populacional e Itapetininga, no caso não foge à regra. Esse panorama repercute na vida da cidade, haja vista que grandes redes comerciais já estão se instalando no município, mudando completamente as características do setor, nesses últimos dez anos.
Analistas apontam como uma das razões primeiras a potência econômica dessas grandes redes, as quais oferecem uma diversidade de produtos e maior facilidade de crédito. Trabalhando com milhares de itens e capital de giro de elevado porte, esses complexos restringem a desenvoltura do pequeno comércio, fazendo quase desaparecer aqueles nichos, uma “identidade cultural dos itapetininganos”.
Agora, o pequeno comércio tornou-se reminiscência, pois o pequeno negócio, a pequena loja, a farmácia quase familiar, o ambulante, em torno dos quais se desenvolveu todo um mundo de vida representativo dos valores existentes, “ficam apenas nas lembranças dos mais velhos”.
No decurso do tempo, após a manifestação do empresário Ambrósio, foram se instalando as redes de departamentos e lojas, além das farmácias, supermercados e outros negócios com maior amplidão e de maior destaque. A rua Campos Sales, a partir dos anos 1960, foi se tornando corredor comercial e nessa mesma via pública foram inaugurados estabelecimentos de grande movimentação como Cybelar, Colombo, Bahia, Loja das Fábricas e Loja 100, Skala, Magazine Luiza, Brooklin, os conhecidos comércios de R$ 1,99 e as redes de farmácias, somando-se à itapetiningana Style e karina, além das de propriedade da família Matarazzo. As tradicionais e famosas lojas “genuinamente locais” foram cedendo paulatinamente, transformando antigos imóveis em prédios adaptados às novas exigências de um “comércio atualizado”. Recentemente, ou melhor na penúltima quinta-feira entrou em funcionamento uma unidade das Lojas Americanas, em plena Avenida Peixoto Gomide, contrastando com a Casas Pernambucanas em atividade desde o ano de 1930.
A Oscar Freire local
Ao mesmo tempo em que a rua Campos Sales vai se transformando em uma espécie de 25 de Março – com lojas nas transversais – com preços a maioria – ao alcance dos bolsos dos menos favorecidos, além de créditos facilitados, a rua Silva Jardim, ainda residencial, – vai-se tornando, paulatinamente – em um setor de comércio diferenciado. São lojas, instaladas em prédios com estilo de rara beleza e arquitetura funcional – trabalhando com marcas exclusivas e da mais alta costura nacional. Aos clientes são oferecidos o serviço de crédito e uma das proprietárias as- severa que “embora as lojas apresentem luxo e comodidade, clientes de todos segmentos sociais freqüentam os estabelecimentos”. Não há qualquer discriminação, e a maioria dos empresários daquela área são naturais desta cidade. O primeiro a instalar loja foi o casal Catão e Ruth Levi, seguido por outros que se esmeraram na construção dos prédios e no “refinamento dos artigos à venda”. Entre as ruas Silva Jardim e Lopes de Oliveira, um antigo casarão já foi vendido e, segundo consta, será demolido para construção de grande edifício destinado a atividades comerciais, sendo também, que a “Loja Marcelo” deixará sua localização atual na Campos Sales, cedendo-a para instalação do “Ponto Frio”, instalando-se na Silva Jardim, onde adquiriu uma área para seu estabelecimento.
A transição do comércio para mãos de grandes grupos demorou um pouco para chegar a Itapetininga. Mas, como assinala Zécaborba Soares Hungria, “vive-se hoje um processo veloz de mudanças em que o comércio é sacudido, sobretudo, pelo avanços em telecomunicações e informática”.
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