Camila Molina/AE – “Eu admiro a inteligência do ser humano. Acredito, até, que um dia estaremos voando entre os planetas, conversando com os nossos irmãos do cosmo, mas sempre com esta dúvida na cabeça: O que somos, afinal?” A frase é do arquiteto Oscar Niemeyer, que neste ano completa 100 anos – ele nasceu em 15 de dezembro de 1907. Dentre tantas homenagens em torno dessa data, está o livro “Oscar Niemeyer 360° – Minhas Obras Favoritas” (Editora 360º, 238 págs.), com fotografias de criações do arquiteto feitas por Luiz Claudio Lacerda e Rogério Randolph
O “360º” presente no título do livro tem dupla menção: ao nome da editora e ao recurso especial das fotografias, todas elas feitas em 360 graus para reproduzir não somente os contornos e desenhos dos projetos arquitetônicos de Niemeyer, mas o diálogo das construções com seu entorno, com a paisagem, assim como a vista quase completa dos interiores das edificações. Por meio desse tipo de recurso, enfim, a imagem reproduz “em um único fotograma tudo aquilo que seria possível observar em um giro completo sobre o próprio eixo”, como escrevem os fotógrafos.
O próprio Niemeyer escolheu 22 de suas obras, tanto as construídas no Brasil quanto no exterior (entre elas, a Sede do Partido Comunista Francês, em Paris; a Editora Mondadori, em Milão; e a Universidade de Constantine, na Argélia), para serem os temas dos fotógrafos. O Conjunto da Pampulha, criado em 1940 para Belo Horizonte (MG), com os espaços do Cassino, a Casa do Baile e a Igreja de São Francisco de Assis, abrem o livro. “Era um protesto que eu levava como arquiteto, o de cobrir a Igreja da Pampulha de curvas variadas. Essa era a minha intenção, a de contestar a arquitetura retilínea que então predominava”, afirma Niemeyer em pequeno texto na seção final do livro, que explica cada uma das obras e traz pequenas reproduções de croquis.
A publicação, com textos em português, inglês, alemão e espanhol inclui também relato de José Carlos Sussekind, engenheiro que trabalhou com Niemeyer durante 35 anos.
PEDIDO DE JK – O Conjunto da Pampulha foi um pedido de Juscelino Kubitschek, então prefeito da capital mineira, e o Conjunto do Ibirapuera foi um pedido de Ciccillo Matarazzo para o Parque do Ibirapuera. O projeto de 1951, “um marco”, foi pensado para ser concluído para as comemorações do 4º centenário da cidade de São Paulo. Inicialmente, previa a construção de oito pavilhões, três lagos, ruas e jardins. Dele, nas fotos de Lacerda e Randolph, estão o Museu de Arte Moderna de São Paulo, a Oca, o Pavilhão da Bienal – inclusive, diversas imagens de seu interior – e o Auditório Ibirapuera, inaugurado em 2005.
O livro segue uma linha cronológica. Dentre as outras obras, estão o Edifício Copan, em São Paulo; depois dele, a Casa das Canoas, no Rio, onde o arquiteto residiu e hoje se transformou na sede da Fundação Oscar Niemeyer, aberta ao público. De Brasília, a cidade construída, o arquiteto faz menção ao Ministério da Justiça, o Palácio da Alvorada, a Catedral da cidade, o Congresso Nacional, a Praça dos Três Poderes, o Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Itamaraty, obras feitas entre 1957 e 1962.
MOSTRA – Para comemorar o centenário do arquiteto, o Memorial da América Latina (tel.: 11-3823-4619), no bairro Água Branca, zona oeste da Capital paulista, realiza até 5 de agosto a mostra “Oscar Niemeyer – 100 anos de Encantamento”, com entrada gratuita. A exposição apresenta uma seleção de imagens realizadas pelos fotógrafos do livro.
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