Enquanto diversos municípios do Estado de São Paulo enviavam produtos oriundos de suas indústrias para várias partes do Brasil e países do mundo, Itapetininga, com pouquíssimas indústrias, era muito fraca nesta área econômica.
Uma das maiores causas desta gritante falha, consistia na péssima e inútil concessionária de energia elétrica, que funcionou por quase meio século no município: de 1913 até a redentora data do ano de 1958, quando suas instalações foram incendiadas implacavelmente pela população.
Mas, neste longo e calamitoso período, a cidade tornou-se conhecida pela exportação considerada um dos maiores bens de ser humano: educação e cultura.
Não possuíamos sequer uma pequena fábrica que fosse, mas ostentávamos com justiça e garbo a denominação de “Terra das Escolas”, porquanto contávamos com dezenas de estabelecimentos – inclusive com uma Faculdade – comandadas pela tradicional “Escola Normal Peixoto Gomide”, orgulho da região e conhecida em todo o território nacional.
Com eficiente curso de Magistério – um dos primeiros e de alto nível – o estabelecimento está completando exatos 125 anos de existência. Esses números atestam a quantia de mestres escolares (professores) que se diplomaram e foram levar ensino e educação em escolas de centenas e centenas de cidades pelo estado de São Paulo e Brasil afora.
Um majestoso e imponente prédio, orgulho e símbolo de Itapetininga, cantado em verso e prosa por todo o território brasileiro pela categorizada eficiência no ensino.
Professores lá diplomados sempre tiveram um aprendizado primoroso e de bons resultados. Em decorrência disso cumpriam com suas funções – bem sucedidas – nas mais recônditas unidades escolares em avançados centros citadinos como em desassistidos locais.
A famosa “Peixoto” sempre contou em seus quadros de magistério com professores do mais alto gabarito, como Antônio Antunes Alves, Juvenal Paiva Pereira, Péricles Galvão, Nicanor Arruda, Graco de Oliveira, Jair Barth, Juliana e Joaquim Fabiano Alves , Ernesta Xavier Rabelo Orsi, Dario Gouveia Lintz, Paulo Rage Armando Gomes da Silva, Mario Carlos, Celso Carvalho, Eliziário Martins de Mello e Lucilla Melo, Carmem Legaspi e tantos outros de extrema importância e alta sapiência, que, infelizmente, não vou conseguir aqui citar.
Naqueles primórdios tempos o perfil do mercado itapetiningano, conhecido em todo o Brasil, se restringia ao fabuloso parque industrial denominado “Escola Normal Peixoto Gomide”, que formou aproximadamente 12 mil professores, e completa neste mês 125 anos de existência.
Desde 2005 deixou de existir o Curso de Magistério da Peixoto, e a escola, com todos os problemas atuais das escolas públicas do Estado de São Paulo, resiste bravamente, mas vive também das brumas do passado.
*Alberto Isaac – Especial para o Correio de Itapetininga