É fato que o isolamento social afetou não uma, mas diversas áreas. Apresentações culturais, festivais musicais que antes costumavam acontecer com frequência, enchendo plateias, hoje acontecem de casa, com transmissões ao vivo, evitando aglomerações. O setor cultural foi uma das áreas que mais sofreu ao ter que habituar-se com o novo cenário.
Para ajudar esses artistas, a Lei Aldir Blanc foi criada. A Lei tem como objetivo beneficiar artistas que tiveram as atividades prejudicadas por conta da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), causador da covid-19. A Lei Federal foi sancionada e publicada no DOU (Diário Oficial da União), no mês de junho.
Márcio Rodrigo Silva, artista itapetiningano mais conhecido como Dabliueme, está produzindo e dirigindo com auxílio da Lei Aldir Blanc a minissérie “Eu falo xé – a margem da música”. “Essa série retrata a música feita com amor sem intenção de virar produto enlatado de prateleiras. Fala sobre a dificuldade de ser compositor, compositora, cantor, cantora nas periferias e no interior, especificadamente aqui em Itapetininga e região.”
A minissérie mostrará a história e a música de cinco projetos musicais de Itapetininga e um de Sorocaba. “No começo da pandemia eu criei a série SPOTIFYABOMB, gravando 16 episódios gratuitamente para artistas de Itapetininga e região. Depois saiu a Lei Aldir Blanc e me inscrevi propondo a série documental “Eu falo xé”, levando em conta que com a pandemia todos os nossos trabalhos foram travados. A Lei veio para ajudar espaços culturais e produtoras independentes a trabalharem, apesar das complicações que tivemos.”
“Quem está na linha de frente comigo nesse projeto além da equipe técnica do FYABOMB, é a Aldria Lima. A série será lançada no mês de maio e estará disponível gratuitamente no nosso canal FYABOMB e quem solicitar enviaremos via digital gratuitamente”, comenta o artista.
Dabliueme começou cedo no mundo da música e coleciona grandes trabalhos. “Comecei aos 5 anos dublando Balão Mágico, Dominó e Menudos, depois encanei com o violão, montei grupo de samba aos 10, 11 anos de idade. Aí sim, aos 12 anos de idade, em 1997, subi no palco pela primeira vez pra cantar meu rap e de lá para cá só faço isso da vida. Já lancei 17 discos independentes, viajei um bom pedaço do Brasil fazendo shows e muitas participações com outros artistas do mundo a fora. Esse ano completo 24 anos de carreira.”
O rapper acabou de lançar seu último disco chamado “Aqui Jazz”, que conta com participações especiais de diversos artistas. “O disco ‘Aqui Jazz’ começou a ser escrito após um convite do produtor executivo Rômulo Spuri da gravadora Straditerra de Minas para lançar uma ‘microtape’ pela gravadora, microtape é um conceito muito bacana dessa gravadora, é um disco com 3 faixas. Mas eu fui me empolgando nas composições e saiu 7 faixas autorais, e uma faixa que gravei em homenagem a grande compositora Glória Gadelha, e seu esposo Sivuca. As letras basicamente são poesias musicadas da minha visão de mundo, digamos que uma terceira visão de mundo. Como compositor eu componho meu mundo e nele consigo ‘vomitar’ minhas angustias e, descontentamentos através das letras e poesias.”