*Juliana Cirila
A situação da pandemia do coronavírus tem causado novas baixas no setor editorial. Segundo levantamento feito pela empresa Yandeh, na primeira quinzena de março, livrarias de todo o país apresentaram uma queda média de 58% na venda de livros em lojas físicas em comparação à primeira quinzena de fevereiro.
A proprietária de uma livraria em Itapetininga, Verena Pellegrini Galvão, diz que como a maioria do comércio, as vendas de livros também diminuíram. “Não estamos driblando as vendas de livros, estamos sim tentando fazer com que os poucos leitores não deixem de ler por conta da necessidade de ficar em casa. Então, passamos a postar novidades e lançamentos em grupos de WhatsApp e redes sociais e passamos a oferecer o serviço de delivery”.
O vilão da baixa nas vendas de livros é a pessoa que não lê, segundo a empresária. “Que tem o hábito de leitura não deixa jamais de ler, seja por esse ou aquele motivo. Kindle, e-books, livrarias on-line são parceiros das livrarias físicas. Tudo o que instiga a leitura ajuda pra que todos saiam ganhando”.
Sobre o preço a proprietária conta como funciona esse processo. “Todo livro que recebemos de editoras ou distribuidoras vêm com a nota e nela já está o valor de venda. Assim é que funciona no meu negócio. Nunca tivemos descontos em livros por conta de impostos”, comenta.
A empresária do setor editorial conta ainda que o leitor busca na leitura realmente aquilo a que está disposto a ler, seja necessidade ou satisfação. “Ler é lazer, prazer, informação, ajuda no desenvolvimento pessoal e ajuda nos negócios”.
Para ela, o livro é importante seja em qual fase da vida a pessoa se encontre. “Os livros fazem toda diferença. O conhecimento do novo e a reflexão estão presente em todas as fases. Primeira infância-estímulo ao novo e a leitura, convívio com a família e postura leitora, desenvolvimento sensorial”.
Complementando sobre os perfis dos leitores de acordo com a idade, Galvão conta que na pré-adolescência e adolescência se lê tudo da primeira infância mais a seleção do que “gosta” ou não de ler, desenvolvimento do perfil leitor, já na fase adulta a leitura é mais sobre desenvolvimento pessoal, social, emocional, profissional. O livro vem acrescentar ou subtrair, mexendo dia a dia na realidade de cada um e de um todo”.
Sobre o livro mais procurado no momento a proprietária conta que é o gênero romance. “Júlia Quinn da série Bridgerton é um sucesso de vendas, muito procurado pelos leitores”.
A proprietária de um sebo em Itapetininga, Gabriela Andrade da Silveira, também conta que nesse período de pandemia a loja está fechada. “Eu estou trabalhando realizado entrega e troca de livros aqui na cidade com a ajuda WhatsApp. Já as vendas para todo o Brasil ocorrem geralmente pelo Instagram e Facebook e as entregas são feitas através dos Correios. Quando podia, as pessoas retiravam na porta da loja”.
Silveira também conta com um diferencial em seu sebo. “Exatamente por serem usados, têm muitos livros que não são editados, que as livrarias não tem não tem. Os sebos têm mais livros antigos, que às vezes não existem mais no mercado”.
Sobre os mais vendidos a empresária conta que os de fantasias têm bastante procura. “O público jovem na faixa dos treze, até a gente mais velha. E a literatura espírita sai bastante também, romances espíritas. E ainda livros de administração que as pessoas têm procurado bastante para aprender e se educar com as finanças”.
“Eu acho que as pessoas quando elas tem acesso à leitura independente do gênero que gosta de ler fica mais aberto as coisas do dia a dia, você fica mais antenada, ajuda no português, na escrita e na própria leitura, enfim eu acho que é um benefício tremendo não só nesse período de pandemia”, conclui.
*Sob supervisão de Carla Monteiro