A skatista itapetiningana Isabelly Ávila, de apenas 16 anos, por pouco não se classificou para as Olímpiadas de Tóquio, mas mesmo de longe, segue torcendo pelos atletas estreantes da modalidade nos jogos. A atleta da cidade vibrou com a medalha de prata da amiga Rayssa Leal e com o resultado dos outros skatistas.
Isabelly e o pai, que é skatista profissional, Garcia Rodrigues, comentaram sobre a estreia da modalidade nos jogos olímpicos. “Para nós, isso é um reconhecimento por tudo que enfrentamos e passamos para chegar até aqui, isso já veio mudando há uns 2 anos atrás, com o momento Pré-Olímpico. Hoje o mundo conhece o skate e isso trará muitas oportunidades, e apoio pra quem está vivendo, e principalmente pra quem for ou está começando”, diz a skatista.
A primeira medalha do Brasil na modalidade do skate street foi conquistada pelo paulista Kelvin Hoefler, que ficou em segundo lugar, na madrugada de domingo, dia 25. A prata de Kelvin foi a primeira medalha brasileira em Tóquio. O ouro foi do japonês Yuto Horigomi e o bronze ficou com o americano Jagger Eaton.
O país também comemorou a medalha de prata da skatista maranhense Rayssa Leal, a “Fadinha”, que aos 13 anos se tornou a medalhista mais jovem do país na história da participação brasileira nos Jogos.
Outras duas brasileiras competiram na primeira fase, mas não se classificaram entre as oitos primeiras colocadas que avançaram à final. Pâmela Rosa, líder do ranking mundial no street, foi a primeira brasileira a se apresentar, na terceira bateria. A atleta ficou em décimo lugar.
Já a experiente Letícia Bufoni, número 4 do ranking, se apresentou com Rayssa Leal na quarta e última bateria, mas também não conseguiu nota suficiente para ir à final, ficando em nono lugar.
O ouro ficou com a dona da casa, também de 13 anos, Nishiya Momiji. Funa Nakayama, outra japonesa, de 16 anos, levou o bronze.
Isabelly falou sobre o destaque feminino no esporte e sobre os comentários negativos que as mulheres ouvem no meio. “Infelizmente, o preconceito ainda existe e acredito que elas mesmo vêm mostrando que também tem seu espaço, e os mesmos direitos. A inclusão sempre é importante e lutamos sempre por isso. Estamos conquistando nosso espaço cada vez mais. Acredito que a inspiração já exista, há anos escuto e recebo mensagens de meninas que se sentem inspiradas por mim e pelas outras skatistas”.
Assim como hoje inspira outras crianças e adolescentes, Isabelly foi inspirada pelo pai, que começou no skate aos 11 anos de idade.“Comecei a andar de skate em 1997 junto com meus primos, andei até 2000 e fiquei 11 anos afastado. Voltei a andar de skate no final de 2011, comecei a lutar pela reforma e ressocialização da pista de skate da cidade e comecei a viver intensamente tudo isso. A Isabelly achou no skate a forma de estar mais próximo e de chamar a minha atenção, assim começamos a sempre estar juntos em eventos, viajando pela região, e as coisas foram acontecendo desde os primeiros eventos regionais, nacionais e internacionais”, disse Garcia, que também é empresário da filha.
Segundo o skatista profissional, a prática do skate não só traz diversão como outros benefícios para o corpo. “O skate traz benefício como qualquer outro esporte, para saúde mental e física. Skate não é fácil, meu pai sempre me falava; aprenda a cair, assim fica mais fácil de aprender a andar, e isso é verdade. Cair é inevitável, uma hora ou outra vai acontecer, isso ensina que temos que ter persistência para aprender e evoluir, nos trazendo uma personalidade forte para a vida”.