A crescente demanda por vagas em creches no município tem gerado reclamações entre os moradores, especialmente na Vila Mazzei. A região, que recentemente recebeu novos empreendimentos com a entrega de mais de mil casas, enfrenta agora uma sobrecarga na infraestrutura local, principalmente no que se refere a educação infantil.
O professor Everthon Juliano que trabalha na EMEI Profª Therezinha de Jesus Alguz, uma das principais unidades de educação infantil do bairro, relata a dificuldade em atender a demanda crescente. “Houve uma expansão imobiliária gigantesca aqui e sem planejamento da ampliação dos equipamentos públicos”.
Segundo ele, a creche está sobrecarregada, principalmente nas salas de berçário 1, berçário 2 e maternal 1, que atendem crianças de quatro meses a três anos de idade.
Entre as famílias afetadas pela escassez de vagas, está Amandha Ferreira, que ficou um ano aguardando a transferência de sua filha para uma creche mais próxima de sua casa. “Eu e meu marido somos autônomos, e é um descaso o que fazem. Moro ao lado de uma creche integral e nunca tem vaga! Tive que colocá-la em outra creche, onde demoro de 15 a 20 minutos para chegar, muitas vezes a pé ou de Uber”, conta a moradora da Vila Nastri.
Amandha finalmente conseguiu a transferência da filha há cerca de um mês, após várias tentativas frustradas. “Minhas clientes viam o sufoco que era trabalhar com uma bebê de dois anos, sendo que ela poderia estar na creche o dia todo aprendendo”, desabafa a manicure.
Everthon, que já atuou no Conselho Municipal da Educação, relembra que há sete anos, quando haviam discussões sobre os novos empreendimentos, oficiou a prefeitura sobre a necessidade de expansão da rede educacional pública no bairro.
“Quando soubemos dos novos empreendimentos, pedimos que uma creche fosse planejada dentro do novo conjunto habitacional, mas isso não ocorreu. Vieram muitas famílias para a vila, mas a estrutura do bairro não ampliou”, lamenta.
Atualmente, a EMEI Therezinha Alguz possui apenas 200 vagas, as mesmas de uma década atrás, conforme aponta o professor. “A capacidade de atendimento não foi ampliada. Precisamos urgentemente de uma nova creche no bairro e de uma escola infantil dentro do empreendimento Pacaembu”.
Além disso, mais 800 casas estão previstas para serem construídas na região do bairro, o que pode agravar ainda mais a situação.
Em busca de esclarecimentos sobre a situação das listas de espera nas creches da cidade, o Jornal Correio tentou contato com a Prefeitura, mas até o fechamento desta edição, não obteve resposta.
Lei diz que vagas e listas de espera em escolas e creches devem ser divulgadas
No último dia 16, foi sancionada a Lei Federal 15.001/2024, que determina que as redes públicas de ensino passem a divulgar informações detalhadas sobre vagas disponíveis, preenchidas e listas de espera em creches e escolas.
De acordo com a nova legislação, prefeituras, governos estaduais e federal terão um ano para disponibilizar essas informações de maneira ativa em plataformas digitais acessíveis à população. A lei exige a divulgação de dados como o número de vagas disponíveis e preenchidas por escola ou creche, listas de espera organizadas por ordem de colocação, além de informações sobre bolsas, auxílios, atividades de pesquisa e a execução de programas educacionais financiados com recursos públicos.
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