Quando eu cheguei, só ouvi esta oração: – “Todos estão sob a mira da justiça.” A frase fora dita por Carlos de Alenquer.
Os três estavam coversando e eram amigos: Paulo, José e Carlos. Eram advogados e não procurei entrar no mérito da questão, uma vez que aprendi com o rei Salomão: “Quem se mete em questão alheia é como aquele que toma um cão pelas orelhas.” Como eu tenho certo medo de cachorro, embora sempre ouço falar que é o melhor amigo do homem, rindo para eles, esperei a minha vez para entrar na conversa.
Como o diálogo dos três amigos mudou de trajetória, só guardei a expressão filosófica: – “Todos estão sob a mira da justiça.”
Paulo, o apóstolo, escrevendo para os cristãos de Éfeso, disse: “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora segundo o curso deste mundo…” o vocábulo “delito”, segundo o Aurélio, que é o amigo de todos, é o fato que a lei declara punível; crime, e, na mesma acepção, culpa, falta, pecado. Logo, numa conclusão lógica, todos são culpados e estão na mira da justiça.
Davi, o segundo rei de Israel, de um modo poético, assim se expressou: “Do céu olha o Senhor para os filhos dos homens para ver se há alguém que entenda, se há quem busque a Deus. Todos se extraviaram e juntamente se corromperam; não há quem faça o bem, não há nem um sequer.”
Alenquer estava certo no seu pensamento filosófico, embora eu não saiba do assunto da conversa. Todos os homens estão sob a mira da justiça divina. Todos, segundo a bandeirante do cristianismo estão andando segundo o curso deste mundo. (Uso o termo “bandeirante”, porque São Paulo foi quem levou as doutrinas do Evangelho para os lugares mais longínquos.)
Qual é o curso deste mundo? O apóstolo responde, não citando o lugar, onde o curso vai terminar, mas diz de um modo velado, usando eufemismos: “segundo o príncipe da potestade do ar;” “do espírito que agora atua nos filhos da desobediência.” Procure, caro leitor, saber quem é esse príncipe e quem é esse espírito. Deus é amor, mas é justiça. Os dois andam de braços dados. O escritor da carta aos Hebreus afirma que Deus é juiz e, depois, no mesmo texto, assevera: “Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo.”
Nem tudo está perdido, Jesus, que é a concretização do amor divino, disse ao ladrão na cruz que ficou do seu lado: “Hoje estarás comigo no paraíso.” Por que Jesus o salvou? Eis a resposta, fazendo uma exegese do texto sagrado. O amigo dos bens alheios reconheceu o seu pecado. Arrependeu-se. Reconheceu o poder de Jesus para salvá-lo e creu nele, chamando-o de Senhor. Diante de sua declaração de fé, Cristo levou-o para o céu.
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