“Doces ou travessuras, bruxas e monstros querendo samba”. Esta frase faz parte do enredo da Escola Aristocratas do Samba e Cultura para carnaval 2024. A intenção, conforme a diretoria é misturar a festa estadunidense do halloween com o carnaval brasileiro. O desfile da agremiação que completará 80 anos ocorre neste domingo (11) em Itapetininga e na segunda-feira (12) na cidade de Alambari.
A ideia de misturar samba e halloween nasce entre os diretores da escola. “Nesta globalização, já aconteceu de estarmos fazendo um samba e a criançada chegar vestida com uma fantasia de monstro e pensamos: e se trouxéssemos essa brincadeira para o carnaval? ”, relembra o presidente José Elias, popularmente conhecido por Wya.
“Nesta pegada nasceu o samba-enredo”, conta o cavaquinhista e um dos compositores, Samuel de Campos. “Me reuni com a galera para um churrasco e compomos a canção, depois acertei a melodia, como diz a letra: É hora do pesadelo é noite de carnaval”, diz em tom distraído.
Outro compositor do enredo e diretor da escola, Mauricio Hermann conta que apesar de trazer os monstros estadunidense, aquelas lendas brasileiras não ficaram de fora. “A turma até perguntou, vocês falam de Frankenstein e do Sacy? Neste sentido buscamos valorizar as lendas do nosso país: Loira do banheiro, curupira e boi-ta-ta. O sacy vem aprontando vila Santana vai arrepiar”, diz outra parte da canção.
O diretor de bateria Kleber Eduardo diz que a escola terá este ano pouco mais de 50 ritmistas e repleta de novidades. “Uma delas é a evolução. Nossa bateria irá dançar junto com as outras alas. Outra novidade é que vamos cantar, vamos fazer da bateria Aristocratas um coral a capela ao vivo”, explica.
80 anos
Mas neste ano há uma comemoração especial. A escola completará 80 anos de carnaval. “Acabou o carnaval e vamos fazer uma série de eventos. Somos uma das escolas mais antigas do Estado de São Paulo e assim que acabar a folia, a diretoria já parte para próximo desafio”, conta a vice-presidente Janaína Bueno.
O diretor de relações públicas Tião Mauricio é categórico quanto a este projeto pós-carnaval. “Somos patrimônio da cidade e esta escola que sempre lutou contra o preconceito racial, contribui de forma social com a sociedade hoje é uma filosofia. Quem desfila na escola não paga, quem é diretor é voluntário, sabe por que? Por que temos o compromisso de não deixar a cultura do samba morrer em Itapetininga