Se os jornalistas contam os fatos que se tornam parte da história, os fotojornalistas eternizam esses momentos por meio de imagens. Em sua milésima edição, o Jornal Correio contou com a participação do fotojornalista Mike Adas. Ao longo de nove anos, Mike deixou sua marca, contribuindo com suas imagens impactantes e sensibilidade para contar histórias.
O interesse pela imagem surgiu ainda na infância, quando seu pai comprou uma câmera filmadora. “Aos 13 anos, fui cinegrafista aprendiz em uma campanha eleitoral. Entre 1993 e 1994, atuei como cinegrafista na SP Sul TV. Minha paixão pela fotografia se aprofundou na faculdade de Publicidade e Propaganda da FKB”, relembra Adas.
O fotojornalismo surgiu em 2003, quando ele começou a trabalhar para um jornal corporativo. “Continuei trabalhando como freelancer para grandes publicações como O Estado de S. Paulo e Folha de S.Paulo. Realizei trabalhos voluntários para a Prefeitura de Itapetininga e cobri duas eleições. Em 2007, trabalhei por quase um ano no Jornal Bom Dia, adquirindo experiência em fotojornalismo. Ainda em 2007, fui contratado pelo Jornal Correio de Itapetininga, onde permaneci por nove anos, acumulando aprendizado profissional e pessoal”, acrescentou o fotojornalista.
Em nove anos no Jornal Correio, Adas conta que adquiriu muita experiência e viveu grande momentos no jornalismo itapetiningano. “Posso falar de grandes coberturas políticas em que participei e também tive grande experiência na cobertura de alagamentos na cidade, como na Vila Máximo e nos bairros rurais. Mas a reportagem e a foto que mais cito como marcantes é a que fizemos com uma mãe e quatro filhos que viviam sem energia elétrica há mais de um ano no Jardim São Camilo. Após a reportagem, um empresário acabou pagando as contas e a família voltou a ter energia em casa, além de receber auxílios da prefeitura”.
Com seu estilo fotográfico caracterizado pela busca de capturar a realidade de forma autêntica, sem edições excessivas, o fotojornalista conta que teve alguns profissionais que o influenciaram. “No jornalismo, minhas referências foram Alberto Isaac e Orestes Carossi e, no fotojornalismo, Lula Marques, que foi repórter fotográfico da Folha de S.Paulo. No início, segui o estilo que ele utilizava até criar o meu próprio”.
Adas enfrentou desafios ao longo de sua carreira, como a necessidade de encontrar sempre as melhores imagens possíveis para cada reportagem. “Nem sempre uma reportagem gera boas fotos, então temos que usar toda a criatividade e sensibilidade para obter algum resultado. Com o tempo, fui encontrando maneiras de registrar imagens para variados assuntos”, explica.
Sobre sua carreira de fotojornalista, ele conta que aprendeu muito no período em que esteve no Jornal Correio. “Tive o privilégio de contar incontáveis histórias por meio das imagens, mas o principal foi que o trabalho em equipe é fundamental no processo jornalístico. Assim, agradeço a todos os profissionais que fizeram essa parceria comigo nesse período”.
Adas enfatiza a importância de estudar os princípios e regras da fotografia para obter uma base sólida na profissão. “Hoje, as tecnologias mudaram muito como as imagens são captadas e publicadas. Seja no impresso ou na internet, qualquer pessoa tem em mãos um celular e tira quantas fotos quiser, gerando mais quantidade do que qualidade. Mas o que não muda é a necessidade de estudar, acompanhar reportagens, ler livros e buscar referências na área. Tudo isso, aliado à sensibilidade que você vai desenvolvendo com o tempo, constrói um profissional diferenciado”, acrescenta o fotojornalista.
Atualmente, Adas é repórter cinematográfico da TV Tem, e o tempo que esteve no Jornal Correio serviu como uma ferramenta valiosa em sua carreira. “Foram muitos anos, muitas parcerias e grandes histórias. Conheci pessoas incríveis e profissionais que me ensinaram muito. Fica difícil escolher um momento; prefiro dizer que sou grato pelo tempo e experiências que tive. Foi minha segunda casa por muito tempo, e aprendi demais profissionalmente e cresci pessoalmente”, finalizou.”