O tão esperado pico da chuva de meteoros Eta Aquáridas passou por Itapetininga e região nos últimos dias, mas deixou os observadores com um gosto de frustração. Conhecidos por seus rastros brilhantes e rápidas passagens pelo céu noturno, os meteoros não atingiram as expectativas de intensidade desta vez.
O astrônomo amador Rodrigo Raffa, do Clube Centauri, observa que o céu noturno de maio está claro e ideal para observações astronômicas. “Com a chegada do inverno, o céu tende a ficar mais seco, favorecendo a visualização. No entanto, a chuva de meteoros das Eta Aquáridas não atendeu às expectativas, com baixa atividade de meteoros, dificultando a observação a olho nu e frustrando os observadores”.
De acordo com Raffa, a chuva de meteoros das Aquáridas não atingiu a expectativa de 40 meteoros por hora, devido a fatores como a interferência da luz da Lua, poluição luminosa, cobertura de nuvens ou variações na atividade da chuva de meteoros. Esses fatores afetaram a visibilidade, reduzindo o número de meteoros observados.
O astrônomo ainda revela que poucos meteoros foram avistados a olho nu, enquanto a maioria foi registrada por câmeras de monitoramento ajustadas para uma sensibilidade mais elevada, captando até mesmo os eventos menos visíveis.
Sobre qual o melhor horário para observar a chuva de meteoros, Raffa explica que o melhor horário para observar uma chuva de meteoros é quando a sua constelação de origem está no ponto mais alto do céu, no caso da chuva Eta Aquáridas em Itapetininga foi a partir das 4h da manhã. “Nesse momento, a constelação de Aquário está mais elevada no céu, proporcionando uma excelente oportunidade para visualizar mais meteoros desta chuva”.
O astrônomo explica que a direção do radiante, ou ponto de origem, da chuva de meteoros Eta Aquáridas está na constelação de Aquário, de onde os meteoros parecem se originar. “Essa conexão com Aquário é a razão para o nome “Aquáridas” e adiciona uma camada de significado ao evento, tornando a observação da chuva de meteoros uma experiência mais fascinante”.
Para quem deseja assistir da próxima vez a chuva de meteoros, Raffa diz que não há necessidade de telescópios ou outros instrumentos ópticos para a simples observação de uma chuva de meteoros. “A nossa dica é que para uma observação a olho nu seja eficiente, o observador não se exponha a luzes artificiais, esteja em um local escuro que a direção da radiante esteja visível no céu. Nossas câmeras de monitoramento fazem o registro, proporcionando dados que podem contribuir na catalogação de novas chuvas de meteoros ou na triangulação para encontrar possível lugar de queda dos meteoros”.
E sobre a experiência de observar a chuva de meteoros em Itapetininga, o astrônomo revela que pode ser dividida em dois momentos significativos. “Um de admiração e contemplação do cosmos, que nos conecta ao universo, e outro de abordagem científica para monitorar meteoros e corpos celestes, avaliando potenciais riscos à Terra. Lembra-se da importância do monitoramento ao mencionar que a extinção dos dinossauros foi causada pela queda de um grande meteoro e observa a ironia de que eles não tinham uma agência espacial para alertá-los sobre ameaças do espaço”.