Itapetininga se prepara para fazer história nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, com a participação da jovem paratleta Jéssica Giacomelli que, aos 25 anos, levará o nome da cidade à competição mais importante do esporte adaptado. Com 279 atletas, o Brasil leva sua maior delegação paralímpica da história, e Giacomelli será a primeira representante de Itapetininga a competir em uma Paralimpíada, destacando-se nas provas de 100m, 200m e 400m em cadeira de corrida. Ela embarca nesta sexta-feira, dia 16, para França.
Jéssica nasceu com mielomeningocele, uma condição que afetou a mobilidade de sua perna direita. Aos 12 anos, durante as aulas de Educação Física com a professora Eunice Lima, encontrou no esporte um caminho de superação. Hoje, a paratleta é recordista brasileira nas provas de 100m, 200m e 400m, sendo esta última a que lhe garantiu a tão sonhada vaga para Paris 2024. “De todas as minhas conquistas, os 400 metros que corri em março deste ano, foram os mais significativos. Além de ser recorde brasileiro, essa prova foi a qual eu conquistei a vaga para os Jogos Paralímpicos de Paris”, compartilha a atleta.
A trajetória de Giacomelli, no entanto, não foi fácil. A busca por equipamentos profissionais, caros e muitas vezes disponíveis apenas no exterior, foi um dos grandes desafios. “Um dos maiores obstáculos é o equipamento. Além de caro, é difícil de encontrar no Brasil. A manutenção também pesa, com pneus de competição custando entre R$ 800 e R$ 1.000”, explica.
A preparação para os Jogos tem exigido disciplina e dedicação. “Minha rotina de treino é intensa, seguindo o padrão dos últimos três anos: pista e academia, com até 8 horas de treino diário, além da fisioterapia para evitar lesões. Tenho planilhas detalhadas até para o descanso”, diz.
Giacomelli reconhece o impacto de sua participação nos Jogos para Itapetininga. “Ser a primeira atleta paralímpica da cidade a competir em uma Paralimpíada é algo incrível. Não é apenas sobre inspirar outras pessoas, mas também mostrar que o alto rendimento é possível para pessoas com deficiência. Espero que minha conquista abra portas para outros atletas”, reflete a competidora.
Durante sua jornada, Jéssica contou com o apoio de muitas pessoas e instituições, especialmente na campanha para a compra de sua cadeira profissional. “Esse ciclo de três anos é o ápice de um trabalho de 12 anos. A cidade me acolheu e acreditou no meu potencial, com empresas fazendo doações para a compra da minha cadeira profissional. Sou grata ao Time São Paulo, onde sou bolsista, e também à técnica Eunice, que me apoiou desde o início, muitas vezes com recursos próprios, e é claro à minha família, que sempre esteve ao meu lado, vendendo bolinhos de frango para custear viagens e manutenção do equipamento. Sou eternamente grata a todos que contribuíram para que eu chegasse até aqui”, conclui.
Agora, Giacomelli parte para Paris, levando consigo as esperanças de Itapetininga e do Brasil, determinada a escrever seu nome na história dos Jogos Paralímpicos de 2024.
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