A bailarina de Itapetininga, Yuki Takaku de 17 anos foi selecionada para realizar um curso Curso no Sanctuary of the Arts, em Miami, no estado da Flórida, Estados Unidos. Sendo um projeto de treinamento tradicional interpretando a coreografia de Balanchine que consiste em um método que reúne elementos do tradicional, pré-Vaganova treinamento de balé com o neo-classicismo criado por Balanchine no século 20.
A bailarina descreve a emoções ao receber a notícia. “Fiquei tão feliz, foi um misto de sentimentos, eu espero terminar o curso com sucesso e passar para uma escola, para de fato me tornar uma profissional. Fora a bagagem enorme que vou levar daqui”.
Takaku conta que teve momento desafiadores no seu processo de adaptação do curso. “A técnica é bem diferente da que eu sempre trabalhei, espero lidar bem com isso, me adaptar rápido com a nova rotina e só o fato de estar aqui já é uma enorme oportunidade, mas acredito que passando para uma escola, vou ter chance de entrar numa companhia, que é o meu sonho. São muitos os desafios: a carga horária pesada de aulas, a conciliação com o estudo da escola, a vivência com outras meninas no apartamento, ter que me “virar” para comer, lavar roupa, limpar a casa”.
Sobre a cena artística de Miami, a bailarina comenta que tudo é um aprendizado. “Tudo isso vai ser muito importantes para a minha formação profissional, pois meu sonho é passar para uma companhia e ser bailarina profissional”.
A preparação específica que você realizou para a audição, Takaku diz que tive mentoria com a Kethlenn, “ Ela foi me orientando da forma como seria aqui nos Estados Unidos.
A professora de balé Kethlenn Mazza foi a orientadora nesse processo de Takaku, conta que começou a praticar a dança escolar aos 10 anos de forma lúdica mas apenas aos 12 anos de idade o ballet clássico surgiu em sua vida como uma ideia de que havia uma possibilidade de carreira. “Além dos ensinamentos dos meus mestres incríveis e do meu mentor, precisei me dedicar muito para conseguir adquirir a técnica exigida para minha faixa etária, levando em consideração que a maioria das aspirantes começam a estudar ballet aos três anos de idade e deu certo”.
Aos 15 anos Mazza conquistou uma bolsa de estudos e foi sozinha estudar em Orlando, na Flórida. “Neste período, fui premiada em dois dos maiores concursos internacionais dos EUA, sou certificada pelo Curso Dança Professor AA – Diferenças das Terminologias e Terminologia da Dança, certificada pelo curso de Psicopedagodança – psicologia e pedagogia da dança, certificada pelo Sindicato de Profissionais de Dança – DRT e certificada no Curso de Educação de HarvardX – Leaders of Learning, graduanda em Educação Física e Psicologia”.
Após voltar ao Brasil por motivos de saúde a professora de balé contou que o que aprendeu levou para a sala de aula. “Ministrei workshops, trabalhei como professora e coordenadora em várias escolas de dança e tive a oportunidade de implementar o Ballet Clássico em clínicas multidisciplinares como ferramenta focada em desenvolvimento humano e neurótipicos, num trabalho desenvolvido em conjunto com psicólogos e terapeutas”.
Mazza que é carioca, acabou conhecendo Itapetininga através de uma aluna moradora da cidade. “Essa aluna tinha um potencial absurdo que desejou se preparar para conquistar uma vaga nas escolas internacionais de ballet e após quatro meses de um trabalho de alta performance e muito foco, o objetivo foi atingido. Ela conquistou duas vagas internacionais em escolas renomadas e hoje está estudando em Miami”.
Após descobrir que o município é conhecido como terra das escolas a professora conta que fortaleceu em mim o desejo de desenvolver um trabalho abrangente na região. “Há uma concentração significativa de escolas e a ênfase na educação na comunidade local, o incentivo à educação e a cultura que existe na cidade, com certeza é responsável por revelar tantos talentos, que reflete muito nessa geração e estou muito feliz de poder fazer parte da lapidação de tantos talentos que existem”.
A professora de balé Natália Helena Lima Palmeira 38 anos, reforça que o estúdio de dança no qual Takaku faz parte, apoiou a decisão da aluna. “Nós oferecemos o apoio técnico e sempre incentivando para que a aluna tenha bom desenvolvimento fora de nossa escola”.