Nesta minha caminhada conheci e conheço muita gente boa. Mas ninguém igual ao Carlos Scudeler. Quem teve a sorte de conhece-lo, sabe do que eu estou falando. Encontrar com o “Carlão” era sinônimo de conversa boa e agradável: o tempo passava e a gente nem percebia, atrasava qualquer compromisso. Com um bom humor insuperável, essa era uma das suas “marcas”, São Paulino “roxo” ficou conhecido pela Gráfica Reginal, empresa que fundou em 1967.
Outra marca do Carlos Scudeler era a importância que ele dava pra família. E eu posso dizer isso com muita propriedade. Por conta de uma grande amizade com o Renato Scudeler, filho mais velho do Carlão e meu amigo de longa data, tive o privilégio de tomar muitos cafés da tarde com o Carlão, a dona Cida, o Renato , o Ronaldo e o Marquinho, seus outros dois filhos.
Carlos Scudeler nasceu no dia 20 de julho de1933.Filho de Assumpta Franci Scudeler e Vicente Scudeler, era irmão de Antônio Vicente Scudeler e Aparecida Scudeler de Mello.
Começou a trabalhar ainda criança, para ajudar a família. Com 8 anos já trabalhava no Jornal do Galvãozinho Junior, depois na Tipografia do Sergio Albuquerque e na Tipografia Comercial de Oliveira & Zaranello. Aos 20 anos tornou-se funcionário público, foi agente penitenciário na Casa de Detenção no Carandiru, em São Paulo. Em 1965 casou-se com Maria Aparecida Gonçalves Scudeler, 59 anos de um casamento feliz com três filhos: Renato, Ronaldo e Marcos. Em 1967, com Juventino de Almeida e José Franci, fundou a Gráfica Regional, que existe até hoje. Após um tempo deixou seu trabalho como agente penitenciário e comprou as partes de seus sócios, se tornando o único dono da Gráfica, onde trabalhou por causa da pandemia de Covid. Em 1984 recebeu o título de Personalidade do Ano no setor de Comércio em Itapetininga.
Carlos Scudeler era católico devoto de Nossa Senhora Aparecida, foi ministro de eucaristia na Igreja da Aparecida, tendo também participado da OVISA, Movimento Orientação para a Vivência Sacramental. Participava ativamente dos movimentos religiosos da cidade, coordenou a Comunidade do Rosário por mais de trinta anos, foi Coordenador da Festa do Divino, e fez parte da equipe que construiu o novo Lar São Vicente de Paula.
Além do gosto por pescaria, Carlão era apaixonado por futebol. São Paulino fanático e canhoto, foi um excelente lateral esquerdo, daqueles que não errava o cruzamento na área, coisa rara inclusive no futebol profissional de hoje. Jogou no time amador do Derac, mas o que ele mais gostava era de jogar com os funcionários da Gráfica e os amigos, todos os sábados, no terreno da sua Tia Lola. Ele nunca deixou de jogar futebol, participou também do time Pais e Filhos, no clube dos Bancários.
Carlos Scudeler foi um homem extremamente dedicado à sua família. Sobre isso, ninguém melhor que sua neta Mariana, para falar sobre ele.
Representando toda a família Scudeler, Mariana Meira Scudeler que me ajudou a escrever esta homenagem. Mariana me enviou o seguinte texto, escrito por ela.
“Meu avô veio de uma família simples e nunca foi um homem vaidoso.Tudo que ele fez sempre foi com o objetivo de cuidar da família e dos amigos, deixar todo mundo bem e amparado. Era íntegro, justo e de um coração sinceramente bom. Sempre teve uma palavra amiga para oferecer e ajudava quem podia, simplesmente porque era o certo e o bom a se fazer, nunca por querer algo em troca ou para propagandear a si mesmo. Ele adorava ficar aqui na região da gráfica, da casa dele, cumprimentando as pessoas, conversando e contando piadas… ele sabia fazer amigos genuinamente e cultivava suas amizades por anos. Era amigo de todo mundo e tinha pelas pessoas um carinho de fato genuíno. Numa conversa com ele você SEMPRE saia melhor do que entrou”.