Itapetininga registrou 450 novos casos de Dengue em uma semana. Ao todo, a cidade confirmou neste ano 1.531 casos positivos da doença. Um único caso de Chikungunya foi identificado em um paciente de 5 anos, que já está recuperado. Até o momento, não houve registros de Zika na cidade.
A transmissão da doença ocorre por meio da picada do mosquito infectado com o vírus, o que torna crucial o combate ao inseto como medida preventiva. Estratégias eficazes incluem evitar o acúmulo de água parada, eliminar possíveis criadouros, como pneus velhos e recipientes abandonados, e instalar telas de proteção nas janelas.
Exterminar criadouros, usar repelente e colocar telas protetoras nas janelas e portas são formas já conhecidas de evitar a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como dengue, Zika e Chikungunya. Outra medida que pode ajudar é saber como o inseto age, entender que ele tem horário e locais mais prováveis para sugar nosso sangue e aprender a não confundi-lo com pernilongos.
“Se um mosquito picar você em casa à noite, em uma cidade, por exemplo, há 99% de chance de ser um Culex quinquefasciatus, conhecido como ‘pernilongo comum’ ou ‘muriçoca’. O Aedes aegypti pica majoritariamente de dia porque o ciclo circadiano dele aponta a noite como momento de repouso”, explica a curadora da Coleção Entomológica do Instituto Butantan, Flávia Virginio.
As pernas listradas do Aedes aegypti podem até ajudar na identificação, mas como essa é uma característica presente em algumas espécies do gênero Aedes, ela não é necessariamente uma garantia de que você esteja de frente com um Aedes aegypti. Um exemplo disso é o Aedes albopictus, que tem a mesma característica e também ocorre no Brasil. Por aqui, ele não é considerado um vetor da dengue– diferente do que ocorre no sudeste asiático, onde é o principal transmissor da doença.
O tamanho corporal dos mosquitos adultos também pode ajudar a diferenciá-los, embora isso possa variar dependendo das condições ambientais e da disposição de alimento a que os representantes de cada espécie sejam expostos.
“O tamanho corporal muda conforme o sexo, sendo em geral fêmeas maiores do que os machos. Considerando minha experiência, vendo diariamente mosquitos das três espécies, em geral, o Culex quinquefasciatus costuma ser mais ‘robusto’ e maior que os Aedes aegypti e Aedes albopictus”, explica Flávia. Porém, essas características podem variar se um exemplar de uma espécie comer mais do que o da outra durante a fase larval. “Certamente o que comeu mais será maior do que o que comeu menos”, reforça.
Os mosquitos A. aegypti e A. albopictus despertam com o nascer do sol, período conhecido como crepúsculo matutino, e procuram por alimento geralmente nas primeiras horas da manhã.
O oposto ocorre com o pernilongo (C. quinquefasciatus), que tende a permanecer atrás de armários, sofás em casas de cachorro ou outros lugares com pouca luminosidade durante o dia e sai do repouso no fim da tarde. Seu pico de atuação ocorre por volta da meia-noite e vai decrescendo até a manhã do outro dia.