Em meio às festas de fim de ano, é comum a prática da soltura de fogos de artifício, uma campanha de conscientização intitulada “Fogos Não”, está sendo promovida pela União Internacional Protetora dos Animais de Itapetininga (Uipa), em parceria com entidades como a Subsecretária Animal, a fim de alertar a população sobre os danos causados pelos fogos de artifício, especialmente para pessoas com autismo, Síndrome de Down, crianças, idosos, animais e o meio ambiente.
Vale lembrar que a Lei 17.389/2021, proíbe a queima, soltura, comercialização, armazenamento e transporte de fogos de artifício e de artefato pirotécnico de estampido no estado de São Paulo.
Em uma entrevista concedida a uma rádio local, a Delegada de Polícia Júlia Nunes, Titular da Delegacia de Defesa da Mulher e responsável pelo Setor de Proteção Animal (Sepa), destacou a sensibilidade auditiva de algumas pessoas, como os autistas, que podem enfrentar crises de agressividade devido ao barulho intenso dos fogos. “Tem cachorros, animais que chegam a ter convulsões, parada cardíaca em virtude da sensibilidade auditiva”.
“Então essa é uma campanha que abrange pessoas e animais porque a gente pode sim comemorar e deve comemorar, mas a gente deve comemorar também sempre pensando no bem do próximo. A partir do momento que uma comemoração nossa prejudica tantas pessoas e animais, está na hora da gente repensar”, afirmou a delegada.
A proibição se aplica a recintos fechados, ambientes abertos, áreas públicas e locais privados. Fogos que produzem efeitos visuais sem estampidos podem continuar a ser utilizados e comercializados.
O valor da multa aos infratores é equivalente a 150 vezes o valor da UFESP (Unidades Fiscais do Estado de São Paulo), ou pouco mais de R$ 4,3 mil. Se a infração for cometida por empresa, o valor será equivalente a 400 vezes o valor da UFESP, ou pouco mais de R$ 11,6 mil. Os valores serão dobrados em caso de reincidência em período inferior a 180 dias.
Como proteger os animais dos fogos de artifício
O barulho de fogos de artificio e rojões, em dias de final de ano e réveillon, são extremamente nocivos aos animais de estimação. O desespero é tanto que eles possuem ouvidos mais sensíveis do que os dos seres humanos, podendo ter percepção de até seis vezes mais aos ruídos.
De acordo com a veterinária Fabrícia Malavazzi Galvão, existem técnicas para a proteção dos animais. “O cão, principalmente possui uma sensibilidade maior do que o ser humano. Por isso, é necessário deixar os animais em um ambiente seguro, evitando sempre fechá-los em quintal e coleiras que os enforquem e ocorram acidentes durante a queima de fogos”, completa.
Como proteção a cachorros contra fogos de artifício também é possível o uso de medicamentos. Nesses casos, porém, é indispensável à supervisão de um médico veterinário. A medicação deve ser dada ao cachorro antes que ele comece a se apavorar com o barulho provocado pelos fogos e, assim, evitar crises de pânico.
“No caso de essências como os Florais de Bach, a medicação deve ser iniciada pelo menos uns 15 dias antes para que surja efeito de resultados”, esclarece a profissional da área da veterinária.
Para ela a população deve se conscientizar quanto ao problema. “O ideal seria a conscientização da população para evitar soltar os fogos de artifícios”, conclui a veterinária.
Alguns veterinários recomendam o uso de tampões de algodões no ouvido que podem ser colocados minutos antes e retirados logo após os fogos. Esse procedimento ajudará e muito, aliviar o desespero que sentem na hora dos fogos.