Balanço da Secretaria Municipal de Segurança Pública aponta que a cidade de Itapetininga teve 12 casos de estupro registrados em 2022. Comparado a 2021, o ano inteiro, teve 14 pessoas que registraram o mesmo boletim de ocorrência devido à suposta violência sexual. Os registros preocupam especialistas que alertam que há uma subnotificação deste tipo de dolo, pois grande parte das vítimas não denunciam os criminosos.
Dos 12 casos registrados pela polícia, sete foram apontados como estupro de vulnerável, ou seja, crime que conforme a Legislação é a conjunção carnal ou qualquer ato libidinoso com menores de 14 anos, com ou sem consentimento.
O caso do anestesista Giovani Quintella Bezerra que teve a prisão decretada por estuprar uma mulher durante o parto no Hospital da Mulher, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, não é um crime isolado e para a cientista social Thais Maria Souto, este tipo de delito ainda é sustentado pelo o que ela chama de “cultura do estupro”.
“A cultura do estupro é cotidianamente alimentada pela forma que meninas e mulheres ainda são retratadas no imaginário social e pelo respaldo que os homens têm entre eles na forma de como abordam e assediam mulheres. Por isso há necessidade de que homens sejam também protagonistas no combate e na denúncia da cultura do estupro”, explica.
Sobre o aumento do número de vítimas de violência sexual em Itapetininga, a cientista social alerta que em primeiro lugar é preciso refletir se o número de fato aumentou ou se os registros dos casos é que aumentaram pelo maior acesso à informação nos últimos anos, principalmente no tocante a pessoas vulneráveis.
“O assunto tem sido mais debatido nos meios de comunicação e nas redes sociais. Eu acredito que o que temos é uma crescente no número de registros. Os casos sempre aconteceram, porém de maneira mais velada já que a vítima muitas vezes se sentia acuada dentro das relações de poder numa sociedade machista e patriarcal”.
A cientista social alerta que este tipo de violência pode ser combatida de forma preventiva e punitiva. “A principal delas é a educação de meninos e meninas, desde a infância sobre as questões de gênero e educação sexual qualificada transformando essa cultura que ainda vê o corpo da mulher de forma objetificada e de subserviência. Pensando de forma imediata, qualificar os canais de denúncias, os profissionais que atendem as vítimas e fortalecer a rede de apoio são alguns dos caminhos”, alerta.
Itapetininga entrega 419 títulos de regularização fundiária
Em uma cerimônia na tarde desta quarta-feira, dia 24, 419 famílias do Conjunto Habitacional da vila Sônia foram beneficiadas com a entrega de Títulos de Regularização Fundiária do "Cidade Legal",...