Mayara Nanini
Especial para o Correio
Cada retrato da nossa trajetória artística carrega uma história e estampa um significado. A arte é tão vívida que realça sua simbologia em diferentes épocas e nos mais diversos ramos.
Uma imagem pode nascer do olhar daquele que observa e do sentimento de quem é observado. É um contexto que somado ao poder da paisagem e da conexão se faz eterno. O mundo do audiovisual e da fotografia é cíclico. A imagem se torna a expressão pura do sentimento de alguém e se perpetua no tempo.
Para William Furtado Oliveira, Publicitário Itapetiningano nascido aos 21 de janeiro de 1989, ‘”A imagem captada é uma expressão artística. Uma arte que agrega valor e gera sentimento. Demonstramos a situação real da pessoa”.
Com intuito de que uma imagem seja captada na sua essência, é preciso que o profissional tenha empatia, saiba observar e se comunicar. William é da área de comunicação e dia após dia ganha maior espaço no cenário cultural da nossa cidade.
O jovem tem conexão com a fotografia – mesmo como hobby – desde os seus dezesseis anos. Foi na igreja que iniciou os “cliques”. Ao participar da Pastoral da Comunicação, realizava o Boletim Informativo, por meio da escrita e fotos.
Relembra que ao concluir o Ensino Médio, se viu impossibilitado de cursar Jornalismo em outra cidade. Foi então que cursou Publicidade e Propaganda em Itapetininga e conheceu diversas opções na área da comunicação. Após o término do Ensino Superior trabalhou em assessoria de imprensa, foi vendedor de agência e seguiu no emprego que tinha desde a adolescência: o comércio da família. Era lá que William podia ser grato aos pais e ofertar todo seu conhecimento, seja na área de contabilidade ou outros serviços.
Apesar de optar por auxiliar no comércio da família, o coração do Itapetiningano sempre almejou seguir aquilo que um dia o cativou no campo cultural. Desde adolescente ama prestar serviços, o que lhe atribui uma personalidade empática e sensível. Aos poucos – mesmo não acreditando tanto no seu potencial – tirava fotos dos eventos de conhecidos e sequer cobrava pelo feito.
Entretanto, o universo se fez grato por seu coração prestativo e se encarregou de oferecer a oportunidade que seria o maior gatilho da caminhada.
Ao casar William percebeu que era a hora de arriscar um pouco mais. O amor que tem pela família nutriu sua alma. Os filhos reacenderam a paixão que brotou na adolescência. Investiu então em equipamentos e realizou diferentes cursos na área. Neste cenário, a partir de uma amizade no vôlei I, recebeu convite para ser o segundo fotógrafo de um evento. Isso gerou a confiança que faltava. Bastou decidir que tomaria um novo rumo, que as coisas fluíram.
Não tardou para iniciar sua vivência no “Jornal Cidade de Itapetininga” e “Jornal Correio de Itapetininga”, onde realiza diversos eventos corporativos, com suas fotos jornalísticas. Enquanto todos se assombravam com a pandemia, ele também viu uma nova oportunidade. Ao auxiliar como voluntário nas transmissões das missas da Catedral adquiriu diversos aparelhos. Investiu em cursos e equipamentos, o que resultou em mais um serviço ofertado hoje aos clientes: Transmissão de eventos.
O artista aproveitou os presentes que a vida ofertou em momentos delicados e inesperados. O que parecia não ter um início se fez presente como benção divina. Pode-se dizer que o amor depositado em cada serviço voluntário realizado foi devolvido em forma de oportunidade. E os olhos estavam abertos para entender, da mesma forma que os braços ficaram prontos para abraçar as boas novas.
Seu grande diferencial está na humildade e gratidão. Ele permanece com os princípios que tinha e sonha em seguir a carreira para eternizar bons momentos ao nosso povo.
Vale dizer que sua sensibilidade é a chave para um trabalho de sucesso. O jovem relata que conta histórias a partir da sua observação quanto ao sentimento de cada evento: “Quanto fotos, temos que analisar o local, evento e pessoas. Temos como exemplo um batizado, onde é preciso captar expressão de felicidade. A criança brincando no colo, por exemplo. No casamento, buscamos sorrisos, gargalhadas. Uma foto espontânea e emotiva. Procuramos as lágrimas de felicidade. Enquanto um fotógrafo observa a entrada da noiva, o outro precisa captar a emoção do noivo.
Uma madrinha que se emociona e a alegria das crianças. Estamos falando de detalhes. É preciso estar atento, uma vez que as coisas acontecem em diferentes tipos de eventos. Em razão de segundos os detalhes podem escapar. Foto posada e espontânea não podem ser confundidas na forma de captação”.
Sobre as fotos como instrumentos de vivência e conexão, ele ainda completa: “As fotos geram conexão até mesmo aos poucos perdem a memória. São recordações, acontecimentos históricos registrados, que na nossa lembrança apaga. Pessoas com Alzheimer perdem a memória e as fotos são recordações vivas que ainda emocionam. Poder trazer essas afetividades para uma pessoa, auxiliando seu emocional, ajuda a sociedade como um todo. É uma cultura que deve ser preservada e apreciada”.
Outro ponto muito apreciado por William é o audiovisual. Ele acredita na potência de se preservar a realidade e cultura de um povo: “Gosto bastante dessa área. Os costumes de um povo. Sentimento das pessoas. Cotidiano. Muito bom colaborar com sociedade a partir disso”.
Sobre a perspectiva na área para Itapetininga, considera que a população demonstra maior interesse e olhar pela fotografia e audiovisual, contudo, ainda falta motivação e apreciação, a fim de que os artistas obtenham novas oportunidades: “A Fotografia cresceu em Itapetininga, principalmente após a pandemia, onde muitos compraram câmera ou aprimoraram a técnica com o celular. O avanço da era digital proporcionou essa oportunidade. As pessoas se arriscam e fazem fotos. Interessante é o fato que cada pessoa apresenta um olhar e gosto diferente. Vejo no Instagram as fotos das pessoas, de locais e natureza. Cada uma demonstra um olhar diferente. A foto nunca será repetida, com mesmo ângulo e/ou mesma posição. Nossa cidade tem muita riqueza para ser explorada em questão até documentário. Falta investimento. Falta o olhar sensível de quem pode investir em projetos para o Município. Não digo apenas de Poder Público, mas de comerciantes, empresários. Precisamos de um olhar mais delicado aos novos talentos e o que isso pode agregar aos cidadãos. Seria de grande motivação a criação de projetos que fomentam a produção cultural, como premiação, exposições e outros modalidades de incentivo. Não vejo tantos artistas sobrevivendo da cultura em Itapetininga. Chega a ser um adicional ou hobby”.
Hoje o Publicitário faz layout de documento, capas para livros, banner, adesivagem, vídeos, cartaz, fotos, transmissões/coberturas de eventos, além das diversas parcerias da sua área de atuação. Ele é prova de que somos reflexo do que sonhamos e do tanto que nos doamos. A vida lhe presenteou e agora é ele quem presenteia nossa cidade com seu dom.
Esse é só o início de um grande caminho a ser trilhado. Nosso prodígio talentoso está em busca da construção de um escritório físico para expandir a oferta dos serviços, a fim de que possa melhor atender os clientes que procuram os seus serviços.
William é um profissional completo e com alma sedenta por mudança. Para esse Itapetiningano só podemos desejar que colha os outros que tanto plantou e ainda plantará. Obrigada por sua contribuição. Continue fazendo da sua arte um instrumento de conexão.