Amanhã, sábado, o Sesi Itapetininga apresenta o show que marca os 110 Anos do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, por uma das principais vozes da nova geração: Rodrigo Del Arc, cantor e compositor projetado internacionalmente. É uma viagem pelo forró, xaxado, maracatu, samba de roda e baião.
Ao Jornal Correio, o artista contou a história de sua carreira até o momento e os detalhes da produção desse show que como ele descreve, é “arrebatador” e fundamental para relembrarmos nossa história e quem nós somos como povo, como brasileiros.
Carreira
Del Arc, hoje com 35 anos, começa contando sua história com a música, que começou bem cedo, lá na sua infância. “Desde que eu me lembro por gente eu já era envolvido com música, compus minha primeira canção aos 11 anos, minha vó, minha mãe, todo mundo fala que eu canto desde pequeno. Mas eu comecei a cantar mesmo só a partir dos 15 anos, quando eu comecei a entender um pouco mais da técnica, mas a música para mim sempre foi uma coisa intuitiva, uma brincadeira que virou trabalho”.
Como Rodrigo morou fora até os 13 anos de idade, ele diz que seu principal contato com o Brasil foi através da música. Seus pais, que gostavam de ouvir Bossa Nova e MPB, transmitiram a ele o amor pelos ritmos brasileiros e que se perpetua até hoje. “A Bossa Nova sempre foi um aconchego, minha mãe cantava para eu dormir quando eu era criança”, relembra ele.
Sobre suas influências, ele diz ser uma mistura cultural e plural, mas que os artistas brasileiros são as principais. “Tom Jobim, João Gilberto e toda a turma da Bossa Nova que tem uma relação forte com a minha família, e é claro, o próprio Luiz Gonzaga”.
A influência do Baião
Fascinado pela música do Nordeste e fã declarado de Luiz Gonzaga, o artista conta com paixão seu amor pelo Rei do Baião, e pelo ritmo, que inclusive está presente em seus álbuns autorais.
“Através de Gonzaga o Baião ganhou muita força na década de 40, mas que se perpetua até hoje, porque esse gênero não é só um estilo musical, ele é também uma representação cultural, é um símbolo brasileiro, e o Luiz Gonzaga é pilar disso, ele influenciou toda uma geração de grandes artistas, como o Gilberto Gil por exemplo”.
Quando teve a oportunidade de participar do projeto “110 anos de Gonzagão”, Del Arc diz que abraçou “bem”, pois é um show muito especial, que faz rir e chorar de emoção.
Sobre sua canção preferida de Gonzaga, o artista não consegue escolher apenas uma. “É difícil escolher qual é a música mais especial pra mim, porque cada momento da sua vida você se conecta com uma música ou outra. Mas eu tenho um carinho muito forte por “Sabiá”, porque quem nunca teve um amor perdido né? Também gosto muito da música “Baião” e “Asa Branca”, que dispensa apresentações”.
“Na vida a gente passa por muitas dificuldades, por muitos momentos desafiadores, e a música do Luiz Gonzaga transmite a dureza da vida, mas ele transforma isso em uma coisa mais leve, mais lúdica, com muito bom humor, ele é muito brasileiro nesse sentido. O Luiz Gonzaga consegue transmitir com leveza, bom humor e ironia, de uma forma agregadora, as situações do Brasil, fazendo as pessoas refletirem”.
O show
Com elementos da música brasileira e do MPB, “110 anos de Gonzagão” é um show cultural e tem diversas nuances de emoções, com momentos mais sérios, momentos mais emotivos e outros momentos mais divertidos. “Você entra em uma linha do tempo e sai de lá enriquecido pela cultura porque Luiz Gonzaga não é só música, é também cultura” conta Del Arc, que faz a voz de Gonzaga.
O show apresenta parte da obra do Gonzagão em releituras particulares como “Asa Branca”, “Qui nem Jiló”, “Baião de Dois”, “Forró de Cabo a Rabo”, “Jesus Sertanejo”, “A Morte do Vaqueiro”, entre outras canções.
Ao lado de Del Arc, os músicos do show são “fenomenais”, diz ele. “Pelo acordeon Olívio Filho, que tocava com Dominguinhos, no violão Leandro Brenner, gaúcho muito virtuoso, e na percussão Wander Prata, que também é um músico excelente e conceituado no MPB”.
Na direção artística, Fran Carlo, produtor experiente e que trabalhou com grandes nomes da música brasileira. A escolha do figurino para o show com flores remete ao colorido, a beleza e a riqueza do nordeste.
Por fim, o cantor convida aqueles que gostam de forró, e até mesmo aqueles que não gostam, a prestigiar o show. “Vale a penar ir para conferir porque é uma forma de resgatar o ícone que é Luiz Gonzaga, e é um show que contagia, que faz você querer pular da cadeira e dançar”.
Trabalhos
Rodrigo Del Arc conta com dois álbuns autorias, “A Kind Of Bossa” (2009), com elementos de música internacional e com o baião também presente, e o segundo álbum “Novo Ar” (2014), uma mistura de elementos dos ritmos da música brasileira.
Em 2017 ele também lançou algumas canções no estilo folk, um trabalho em parceria com sua audiência.
Atualmente, o artista diz estar em fase de composição, seguindo a mesma linha de música brasileira com ritmos do baião e do xaxado.
Os dois álbuns físicos de Rodrigo Del Arc estão disponíveis no site da distribuidora Tratore, e suas canções autorais podem ser encontradas nas plataformas digitais Deezer, Spotify e Youtube.
SERVIÇO
Local: SESI Itapetininga – Av. Padre Antonio Brunetti, 1360 – Itapetininga/SP
Data e horário: 29 de outubro, às 20h.
Duração: 60 minutos
Classificação indicativa: Livre
Gênero: MPB
Informações: Ligue (15) 3275-7920 / Envie uma mensagem para (15) 99839-8846
Ingressos pelo sistema Meu Sesi.