Nesta segunda-feira (06/05) esteve na Tribuna Livre da Câmara Municipal de Itapetininga a psicóloga Cássia Matarazzo, especialista em Recursos Humanos, pesquisadora sobre saúde mental e suicidologia. A psicóloga levantou a importância de maior atenção para o assunto por parte da sociedade e do poder público.
Cássia atua profissionalmente há mais de 20 anos nas atividades em Ambulatório de Saúde Mental, CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) e atualmente como psicóloga do Tribunal de Justiça, atuando no Fórum de Itapetininga. Ela também faz parte do “Projeto Falar é Bom”, criado pela Secretaria de Promoção Social e com o apoio de profissionais voluntários, voltado para a prevenção do suicídio na cidade.
A psicóloga realiza um estudo, sob a supervisão do pós-doutor João Marcolan (UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo), com o título “Perfil epidemiológico de tentativa de suicídio e suicídio em Itapetininga”. O estudo apura os indicadores oficiais entre 2010 a 2020, com pesquisas quantitativas, exploratórias, retrospectivas, por meio de levantamento de dados nas bases do SAMU local e DATASUS, realizadas em abril e maio de 2023 e em fevereiro de 2024. Ela destacou aos vereadores e público presente a importância de dar grande atenção ao assunto, fazendo um verdadeiro desabafo na Tribuna Livre – “Falar de suicídio é um tabu social, mas não falar não é o caminho correto para que vidas sejam cuidadas”.
Cássia destacou que sua pesquisa serve como “um sinal de alerta às autoridades responsáveis pelas políticas públicas em Itapetininga”. Indagada por vereadores, a especialista detalhou alguns indicadores sobre o perfil epidemiológico e constatou: “Itapetininga tem números preocupantes e características próprias deste fenômeno social. É preciso aprofundar os estudos para salvar vidas”. A psicóloga também solicitou o retorno imediato do Comitê de Prevenção do Suicídio, que deveria envolver órgãos multidisciplinares (das áreas da Saúde, Educação e Promoção Social).“Ações voltadas para a conscientização e prevenção do suicídio se fazem cada vez mais necessárias, tendo em vista o número crescente de adultos, idosos e especialmente de jovens que ceifam a própria vida”, afirmou Cássia.
Ela propôs algumas medidas urgentes, como a retomada do comitê com as reuniões do fluxo de saúde mental, a organização de grupos de apoio a enlutados por suicídio e a união da prefeitura com as faculdades de Psicologia e Medicina, por meio de incentivo a intervenções e pesquisas sobre a tema.
Segundo a psicóloga a questão é de saúde pública, o município deve priorizar a prevenção e melhorar os atendimentos daqueles que tentam suicídio. “É necessário gerar campanhas de orientação sobre os perigos da automedicação, controle do acesso aos medicamentos, a causa é coletiva”, ressaltou. Para Cássia, colocar a prevenção e posvenção do suicídio na pauta política é uma necessidade vital de um município. “Uma cidade sem esperança é uma cidade adoecida”, finalizou. A psicóloga foi aplaudida pelos vereadores e público presente na Câmara Municipal de Itapetininga.
Após a palestra, Cássia aproveitou para frisar que os CAPS de nosso município trabalham de “portas abertas” – das 08 às 17 horas, de segunda a sexta-feira, em atendimento sem agendamento, para qualquer pessoa que sinta a necessidade de auxílio psicológico.
Endereços:
CAPS IJ (infância e adolescência) – Rua Esaú Isac, 123, Jardim Mesquita.
CAPS Álcool e Drogas – Rua Dante Orsi, 170, Vila Rio Branco.
CAPS II – Rua Gumercindo Soares Hungria, s/n. Chapadinha.
Também está disponível um canal gratuito e sigiloso, 24 horas por dia, para àqueles que necessitem conversar e desabafar: pelo telefone 188 – CVV (CENTRO DE VALORIZAÇÃO DA VIDA).